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O IMPÉRIO VOTA
Republicanos ganham força, mas racham
Eleitores americanos vão às urnas hoje para votar em deputados e senadores e para escolher 37 governadores
No Congresso, pesquisa indica vitória do partido de oposição a Obama por vantagem de oito pontos percentuais
FotosWinMcNamee/France Presse
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Eleitor democrata exibe cartaz com a mensagem ‘Obama é meu herói’ em frente a ônibus do Tea Party em Waterbury, no Estado de Connecticut, nos EUA
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Os americanos votam hoje
para o Congresso dos EUA
com expectativa de vitória
dos republicanos, que deverão retomar maioria ao menos na Câmara. Mas o partido
não será o mesmo dos últimos dois anos -e os pontos
de tensão já são bem visíveis.
Depois de oscilarem entre
rejeitar os ultraconservadores que ameaçaram o "establishment" e usar sua excitação para ganhar votos, os republicanos chegam ao final
da campanha mais divididos
do que o grupo que cerrou fileiras contra o presidente Barack Obama desde 2009.
A briga interna de foices
apareceu nas próprias campanhas, com candidatos novatos que não receberam endosso dos líderes partidários.
O futuro da unidade do
partido vai depender do tamanho da vitória de hoje. As
últimas pesquisas mostram a
oposição mais de oito pontos
à frente no voto genérico para o Congresso -50% a
41,7%, segundo média do site Real Clear Politics.
Estão em disputa 37 das
100 vagas do Senado, todas
as 435 da Câmara e 37 governos estaduais. Só no Senado
democratas parecem resistir
ao avanço da oposição.
Um ponto que fará toda a
diferença será o comparecimento às urnas. Tipicamente, no máximo 40% dos eleitores registrados (cerca de
150 milhões) aparecem para
votar para o Congresso no
meio de um mandato presidencial. A expectativa para
este ano é de 35%.
À espera dos novos membros do Congresso, a alta burocracia do partido e seus colaboradores afirmam que
têm duas tarefas após a eleição: "cooptar" os novos
membros e controlar as ondas ultraconservadoras, pró-Sarah Palin, antes de 2012.
A liderança quer evitar
duas coisas: uma imagem radical demais, o que atrapalha a disputa pela Presidência, e um racha interno caso
novatos tentem propostas
"inaceitáveis" como a privatização da seguridade social.
O senador Richard Lugar,
mais alto republicano na comissão de Relações Exteriores da Casa, admitiu que seus
correligionários pós-2011
"não terão a mesma disciplina que tivemos nos últimos
dois anos".
Trent Lott, ex-líder do Senado e hoje influente lobista
em Washington, foi ainda
mais explícito. "Não precisamos de um monte de discípulos de Jim DeMint [senador e
patrono dos ativistas ultraconservadores do Tea
Party]", disse. "Assim que
chegarem aqui, vamos ter
que cooptá-los."
Animosidade é recíproca,
com os ultradireitistas criticando o "elitismo de clube de
campo" do establishment.
A situação chegou ao ponto de o presidente do Comitê
Nacional Republicano, Michael Steele, pedir aos republicanos que "calem a boca".
"Todo esse dissenso e frustração dentro do partido não
ajuda em nada", afirmou.
Para Alexander Keyssar,
analista político da Universidade Harvard, será inevitável uma disputa interna por
poder e um potencial problema de relações públicas.
"Em termos legislativos,
porém, não deve haver tanto
dissenso, porque todos vão
seguir se opondo à Casa
Branca", declarou Keyssar.
"Se congressistas do Tea
Party tentarem promover
agendas radicais demais, os
líderes simplesmente não
permitirão um voto."
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