São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2011

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Maioria dos gregos quer manter o euro

Pesquisas mostram que 70% preferem manutenção do país na moeda única, embora reneguem termos do pacote

Medo dos mercados é que rejeição resulte em calote desordenado, com consequências para Itália e Espanha

LARRY ELLIOTT

DO "GUARDIAN"

À primeira vista, a decisão do primeiro-ministro grego George Papandreou de convocar um referendo sobre o mais recente pacote de resgate ao seu país parece ser uma tentativa de suicídio político.
Foi essa certamente a reação automática dos mercados. Os dois meses que nos separam do referendo serão um período apavorante.
O que preocupa os investidores é que, caso os eleitores gregos digam não, a União Europeia e o FMI se recusarão a desembolsar verbas adicionais de assistência, o que esgotaria as reservas da Grécia e quebraria os principais bancos do país.
Isso causaria um calote desordenado por parte do país, o abandono do euro e um efeito dominó que poderia derrubar outros membros, como a Espanha e a Itália.
Mas Papandreou pode vencer o referendo. Pesquisas de opinião pública demonstram que 60% da população se opõe aos termos do pacote de resgate mas 70% não querem sair da união monetária.
A segunda coisa em favor de Papandreou é que, se a Europa representa um problema para a Grécia, a Grécia representa problema ainda maior para a Europa.
A questão para os parceiros da Grécia na moeda unificada é determinar se desejam pressionar os gregos a tal ponto que eles prefiram dizer não, ou se estarão preparados para atenuar os termos a fim de proteger a união contra um calote desordenado


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