São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2011

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Síria diz que chegou a um acordo para pôr fim à violência

Liga Árabe pediu para regime retirar tanques das ruas e conversar com oposição; detalhes serão divulgados hoje

Missão da ONU chefiada por brasileiro já espera há 50 dias a autorização para entrar no país e concluir seu relatório

ISABEL FLECK

DE SÃO PAULO

O governo sírio disse ter chegado a um acordo com a Liga Árabe para pôr fim a sete meses de violentos confrontos entre tropas do regime e a oposição. A informação foi divulgada pela rede de TV estatal síria. No passado, a Síria já disse que ia encerrar a repressão, mas descumpriu a promessa.
Ao se encontrar com autoridades sírias em Damasco e no Qatar na última semana, a Liga Árabe pressionou o ditador Bashar Assad para retirar tanques das ruas e iniciar o diálogo com a oposição. O vice-secretário-geral da organização, Ahmed Ben Helli, porém, disse que a Síria não comunicou oficialmente sua decisão ao bloco.
O embaixador do Brasil no Cairo e observador permanente do país na Liga Árabe, Cesário Melantonio Neto, disse à Folha que ainda não há um acordo oficial, e que o organismo espera para as próximas 48 horas uma resposta síria à proposta árabe.
"Mas a Síria dificilmente entrará numa rota de colisão com a Liga Árabe, correndo o risco de ser suspensa", opina o brasileiro, que mantém contato com diplomatas sírios.
Brasil, Índia e África do Sul concordaram que é preciso esperar os resultados dos esforços da Liga Árabe antes de programar o envio de nova missão do Ibas, grupo que integram, a Damasco.
Segundo as Nações Unidas, mais de 3.000 pessoas já morreram nos confrontos desde março.
Ontem, organizações de direitos humanos divulgaram que três jornalistas -Lina Saleh Ibrahim, do estatal "Tishreen", o free lancer Wael Abaza, e o blogueiro Hussein Ghrer- desapareceram há mais de uma semana.

50 DIAS DE ESPERA
Apesar da aparente boa vontade com a Liga Árabe, o regime ainda não concedeu autorização para a entrada no país da missão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. A espera completou ontem 50 dias.
"Será uma pena se o governo deixar de compartilhar diretamente conosco sua versão sobre os acontecimentos", disse Pinheiro.
Segundo ele, o relatório sobre a situação no país será entregue, com o sem a visita à Síria, no próximo dia 29.


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