São Paulo, quarta-feira, 03 de janeiro de 2007

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Indonésia desmente ter encontrado avião

Notícia difundida até pelo presidente do país de que 90 corpos haviam sido achados foi baseada em boatos

DA REDAÇÃO

O governo indonésio protagonizou uma grande confusão e indignou os parentes das vítimas do Boeing-737/400 da Adam Air que desapareceu na segunda-feira. Primeiro foi dito que os destroços haviam sido encontrados e que 12 pessoas estavam vivas; depois, que as informações eram falsas.
O avião com 102 pessoas enviou dois sinais de perigo durante uma tempestade quando estava na metade da viagem entre Surabaia e Manado.
O chefe da polícia, Genot Hariyanto, havia informado que as equipes tinham chegado ao local da queda da aeronave. Setyo Raharjo, chefe da Comissão Nacional de Segurança do Transporte, disse que 90 corpos estavam entre os destroços, que seguia a procura pelos outros 12 e que o local era inacessível por carro ou helicóptero.
A notícia foi repetida por todos. Um porta-voz da Adam Air disse que os 12 estavam vivos. Até o presidente da Indonésia deu suas condolências às famílias das vítimas e agradeceu aos que colaboraram no resgate.
As descrições eram vívidas - com afirmações de que os corpos e os destroços se espalharam por 300 m na floresta- e ressaltavam a dificuldade do resgate causada pelo relevo.
Bambang Karnoyudho, chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate, disse que as informações vieram de Hariyanto, que afirmou que foram colhidas por seus subordinados com um líder do vilarejo onde o avião estaria. Quando ele mesmo foi lá, descobriu a mentira.
O comandante da Força Aérea, Eddy Suyanto, reconheceu o erro. "Pedimos desculpas pelas notícias divulgadas anteriormente. Não é verdade." Mas isso não confortou os parentes das vítimas.
"Não entendo como as autoridades puderam ser tão frias e espalhar rumores sem pensar no nosso sofrimento", reclamou Ima Kulata -seu primo e seus dois sobrinhos estavam no avião. "Deram-nos esperança de ver nossos parentes, mas foi uma esperança falsa", disse Dorce Sundalangi, cuja filha estava no vôo KI 574.

Segurança
Um relatório divulgado ontem na Suíça mostra que 2006 foi o ano mais seguro da aviação. Foram 156 acidentes ante 178 em 2005, diz levantamento da Acro, organização que contabiliza acidentes com aviões com mais de seis passageiros. Morreram 1.292 pessoas, 11% a menos que em 2005.
Quase um terço dos acidentes aconteceu na América do Norte. Porém, o que registrou o maior número de mortos -170- ocorreu na Ucrânia. O acidente da Gol, o maior do Brasil, foi o segundo mais letal de 2006, com 154 mortos.


Com agências internacionais

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