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Indonésia desmente ter encontrado avião
Notícia difundida até pelo presidente do país de que 90 corpos haviam sido achados foi baseada em boatos
DA REDAÇÃO
O governo indonésio protagonizou uma grande confusão e
indignou os parentes das vítimas do Boeing-737/400 da
Adam Air que desapareceu na
segunda-feira. Primeiro foi dito
que os destroços haviam sido
encontrados e que 12 pessoas
estavam vivas; depois, que as
informações eram falsas.
O avião com 102 pessoas enviou dois sinais de perigo durante uma tempestade quando
estava na metade da viagem entre Surabaia e Manado.
O chefe da polícia, Genot Hariyanto, havia informado que as
equipes tinham chegado ao local da queda da aeronave. Setyo
Raharjo, chefe da Comissão
Nacional de Segurança do
Transporte, disse que 90 corpos estavam entre os destroços,
que seguia a procura pelos outros 12 e que o local era inacessível por carro ou helicóptero.
A notícia foi repetida por todos. Um porta-voz da Adam Air
disse que os 12 estavam vivos.
Até o presidente da Indonésia
deu suas condolências às famílias das vítimas e agradeceu aos
que colaboraram no resgate.
As descrições eram vívidas -
com afirmações de que os corpos e os destroços se espalharam por 300 m na floresta- e
ressaltavam a dificuldade do
resgate causada pelo relevo.
Bambang Karnoyudho, chefe
da Agência Nacional de Busca e
Resgate, disse que as informações vieram de Hariyanto, que
afirmou que foram colhidas por
seus subordinados com um líder do vilarejo onde o avião estaria. Quando ele mesmo foi lá,
descobriu a mentira.
O comandante da Força Aérea, Eddy Suyanto, reconheceu
o erro. "Pedimos desculpas pelas notícias divulgadas anteriormente. Não é verdade."
Mas isso não confortou os parentes das vítimas.
"Não entendo como as autoridades puderam ser tão frias e
espalhar rumores sem pensar
no nosso sofrimento", reclamou Ima Kulata -seu primo e
seus dois sobrinhos estavam no
avião. "Deram-nos esperança
de ver nossos parentes, mas foi
uma esperança falsa", disse
Dorce Sundalangi, cuja filha estava no vôo KI 574.
Segurança
Um relatório divulgado ontem na Suíça mostra que 2006
foi o ano mais seguro da aviação. Foram 156 acidentes ante
178 em 2005, diz levantamento
da Acro, organização que contabiliza acidentes com aviões
com mais de seis passageiros.
Morreram 1.292 pessoas, 11% a
menos que em 2005.
Quase um terço dos acidentes aconteceu na América do
Norte. Porém, o que registrou o
maior número de mortos
-170- ocorreu na Ucrânia. O
acidente da Gol, o maior do
Brasil, foi o segundo mais letal
de 2006, com 154 mortos.
Com agências internacionais
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