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Israel veta jornalistas e propaga sua versão sobre ação em Gaza
DA REDAÇÃO
Enquanto Israel ignora a decisão de sua Suprema Corte,
determinando o acesso de jornalistas à faixa de Gaza, os serviços de informação do país
continuam sua estratégia de
exploração de todos os tipos de
mídia para apresentar argumentos favoráveis à ofensiva.
Apesar de ter aberto ontem a
passagem de Erez para a saída
de donos de passaportes estrangeiros, os israelenses não
autorizaram a entrada da imprensa. Na quarta, ordem judicial determinou o ingresso de
jornalistas à área atacada quando a fronteira com Israel, no
norte da faixa de Gaza, abrisse
por razões humanitárias.
"A passagem hoje [ontem]
estava sobrecarregada com a
retirada emergencial das pessoas", justificou o portavoz do
Exército Peter Lerner. Ele
acrescentou que o acesso pode
ser permitido amanhã.
Em contraste com a situação
dos jornalistas barrados, as forças israelenses divulgaram
imagens de caminhões carregados de mantimentos ingressando o território pelo sul da faixa
de Gaza (por Kerem Shalom).
É um dos mais de 20 vídeos
publicados no canal que as Forças de Defesa abriram no Youtube na última segunda-feira.
"A blogosfera e as novas mídias são basicamente uma zona
de guerra", disse a major Avital
Leibovich, portavoz do Exército, sobre o canal no Youtube
(que chegou a tirar do ar imagens de bombardeios, posteriormente liberadas).
"Muitas vitórias nos conflitos modernos são mediadas pela mídia. Temos a internet e todas as formas de comunicação
modernas, e os militares decidiram divulgar suas mensagens
com tais ferramentas", disse
Gideon Doron, ex-presidente
da agência regulatória que monitorou a privatização dos serviços de rádio e TV em Israel.
A estratégia tem inclusive
um órgão gerencial, o Diretório
Nacional de Informações, criado há oito meses por recomendação de um escrutínio da
guerra contra o Hizbollah, travada no Líbano em 2006.
"O aparato de hasbara [termo em hebraico que significa
"explicação" e é usado também
como sinônimo de propaganda] precisava de um órgão para
coordenar suas agências e virou
uma plataforma de cooperação
de todas entidades que lidam
com relações públicas", disse o
chefe do diretório, Iarden Vatikai, ao jornal "Guardian".
Via diplomática
A investida passa também
por canais diplomáticos. Nesta
semana, a Embaixada de Israel
em Brasília encaminhou fotos
de alvos israelense visados pelos foguetes do Hamas e um vídeo no Youtube justificando os
ataques a Gaza, entre outros e-mails diários.
O consulado israelense em
Nova York conduziu uma "entrevista coletiva" por meio do
Twitter, sistema de microblogs
que permite a publicação de
textos de até 140 caracteres.
O esforço não é voltado só ao
Ocidente. O jornal "Haaretz"
registrou que a ação israelense
visa também ""conquistar" canais de TV árabes via satélite",
ao noticiar o esforço do Exército e da chancelaria em destacar
quadros fluentes em árabe para
falar à Al Jazeera e a outras
emissoras do mundo árabe.
Mas a investida midiática pode gerar efeito contrário, conforme o "Haaretz" mostrou ontem a partir de um vídeo de um
bombardeio. Autoridades alegaram que o caminhão atingido
levava foguetes do Hamas, mas
ONGs humanitárias disseram
que eram tanques de oxigênio
usados numa fundição.
Com agências internacionais
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