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Obama acusa a Al Qaeda por ataque frustrado a voo
Democrata diz que nigeriano Umar Abdulmutallab viajou ao Iêmen, foi treinado e recebeu explosivos diretamente da rede terrorista
Contra exploração política das falhas de seguranças, presidente prega unidade e
lembra que inimigos são os que querem atacar os EUA
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, Barack Obama, acusou pela primeira vez a Al Qaeda de ser responsável pela tentativa de ataque a um voo americano rumo
a Detroit no Natal. Segundo
Obama, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab viajou para o Iêmen, foi treinado e recebeu explosivos diretamente da
Al Qaeda da península Árabe.
Anteriormente, o governo
afirmava apenas que via algum
elo entre o episódio e a organização, a despeito de a Al Qaeda
já ter reivindicado a autoria do
ataque frustrado.
Obama disse que receberá
nos próximos dias as revisões
no sistema de inclusão de nomes na lista de suspeitos que
não podem voar para os EUA e
nos procedimentos de revista
de passageiros em aeroportos.
O presidente destacou que o
mesmo grupo da Al Qaeda já
havia atingido instalações do
governo do Iêmen e atacado a
Embaixada dos EUA no país.
"Como presidente, fiz disso
uma prioridade, o fortalecimento da nossa parceria com
treinamento e equipamento
das forças de segurança do governo iemenita, compartilhamento de inteligência e trabalho em parceria no ataque aos
terroristas da Al Qaeda", disse.
O chefe do Comando Central
dos EUA, general David Petraeus, já havia anunciado anteontem que o país vai mais do
que dobrar neste ano o envio
oficial de recursos a um programa de assistência de segurança
ao Iêmen. No ano passado foram enviados cerca de US$ 70
milhões.
O presidente procurou defender a atuação do governo no
combate ao terrorismo. Desde
a tentativa de ataque, os republicanos acusam o governo pelas falhas no sistema de segurança e de não ter dado a devida
atenção ao combate ao terror.
Obama lembrou que, após
assumir o governo, decidiu
centralizar esforços no combate à Al Qaeda, com o plano de
retirada de tropas do Iraque e
concentração das operações no
Afeganistão e Paquistão.
"Nosso progresso tem sido
inequívoco. Junto com nossos
parceiros, nós rompemos com
financiamento a terrorismo,
cortamos correntes de recrutamento, infligimos grandes perdas à liderança da Al Qaeda,
descobrimentos conspirações
aqui nos EUA e salvamos um
número incontável de vidas de
americanos", declarou.
O presidente volta amanhã
das férias no Havaí. A demora
para tratar publicamente da
tentativa de ataque e o fato de
não ter interrompido a viagem
deram espaço para que os republicanos elevassem o tom das
críticas e repetissem a acusação
de que os democratas são tíbios
ao lidar com o terror.
Obama fez um apelo para que
o assunto seja tratado de forma
bipartidária. Disse que é preciso lembrar que os adversários
são os que atacam o país.
"No lugar de sucumbir ao
partidarismo e à divisão, vamos
exigir a unidade que este momento requer. Vamos trabalhar juntos com seriedade de
propósito para fazer o que precisa ser feito para manter o país
em segurança", afirmou.
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