São Paulo, domingo, 03 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obama acusa a Al Qaeda por ataque frustrado a voo

Democrata diz que nigeriano Umar Abdulmutallab viajou ao Iêmen, foi treinado e recebeu explosivos diretamente da rede terrorista

Contra exploração política das falhas de seguranças, presidente prega unidade e lembra que inimigos são os que querem atacar os EUA

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Barack Obama, acusou pela primeira vez a Al Qaeda de ser responsável pela tentativa de ataque a um voo americano rumo a Detroit no Natal. Segundo Obama, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab viajou para o Iêmen, foi treinado e recebeu explosivos diretamente da Al Qaeda da península Árabe.
Anteriormente, o governo afirmava apenas que via algum elo entre o episódio e a organização, a despeito de a Al Qaeda já ter reivindicado a autoria do ataque frustrado.
Obama disse que receberá nos próximos dias as revisões no sistema de inclusão de nomes na lista de suspeitos que não podem voar para os EUA e nos procedimentos de revista de passageiros em aeroportos.
O presidente destacou que o mesmo grupo da Al Qaeda já havia atingido instalações do governo do Iêmen e atacado a Embaixada dos EUA no país.
"Como presidente, fiz disso uma prioridade, o fortalecimento da nossa parceria com treinamento e equipamento das forças de segurança do governo iemenita, compartilhamento de inteligência e trabalho em parceria no ataque aos terroristas da Al Qaeda", disse.
O chefe do Comando Central dos EUA, general David Petraeus, já havia anunciado anteontem que o país vai mais do que dobrar neste ano o envio oficial de recursos a um programa de assistência de segurança ao Iêmen. No ano passado foram enviados cerca de US$ 70 milhões.
O presidente procurou defender a atuação do governo no combate ao terrorismo. Desde a tentativa de ataque, os republicanos acusam o governo pelas falhas no sistema de segurança e de não ter dado a devida atenção ao combate ao terror.
Obama lembrou que, após assumir o governo, decidiu centralizar esforços no combate à Al Qaeda, com o plano de retirada de tropas do Iraque e concentração das operações no Afeganistão e Paquistão.
"Nosso progresso tem sido inequívoco. Junto com nossos parceiros, nós rompemos com financiamento a terrorismo, cortamos correntes de recrutamento, infligimos grandes perdas à liderança da Al Qaeda, descobrimentos conspirações aqui nos EUA e salvamos um número incontável de vidas de americanos", declarou.
O presidente volta amanhã das férias no Havaí. A demora para tratar publicamente da tentativa de ataque e o fato de não ter interrompido a viagem deram espaço para que os republicanos elevassem o tom das críticas e repetissem a acusação de que os democratas são tíbios ao lidar com o terror.
Obama fez um apelo para que o assunto seja tratado de forma bipartidária. Disse que é preciso lembrar que os adversários são os que atacam o país.
"No lugar de sucumbir ao partidarismo e à divisão, vamos exigir a unidade que este momento requer. Vamos trabalhar juntos com seriedade de propósito para fazer o que precisa ser feito para manter o país em segurança", afirmou.


Texto Anterior: Análise: Insulamento pesa contra brasileiros
Próximo Texto: Iêmen reforça segurança após ameaça de radicais islâmicos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.