São Paulo, segunda-feira, 03 de janeiro de 2011

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WIKILEAKS

Governos latino-americanos têm receio de avanço chinês na região

DE SÃO PAULO - Autoridades de vários países da América Latina, inclusive o Brasil, manifestaram a diplomatas dos EUA receio quanto a investidas chinesas na região por meio de comércio e investimentos, revelam despachos americanos obtidos pelo WikiLeaks e publicados ontem pelo "El País".
Em série de papéis datados do começo de 2009, representantes americanos relatam aos superiores o temor latino-americano de receber tratamento similar ao dispensado por Pequim à África, baseado na exploração de matérias-primas.
"As relações dos EUA com a América Latina foram ignoradas pelo governo [George W.] Bush, e a China busca preencher esse vazio", disse a diplomata brasileira lotada em Pequim Daniella Menezes, conforme relato do encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no país, Daniel Piccuta, em fevereiro daquele ano.
Na mesma época, o vice-presidente chinês, Xi Jinping -o provável sucessor do dirigente máximo, Hu Jintao-, e o vice-premiê, Hui Liangyu, realizavam um giro pela região.
Em março, o cônsul do Brasil em Xangai, Marcos Caramuru de Menezes, teria dito ao seu homólogo americano, ainda segundo o "El País", que "os investidores chineses pensam que a América Latina e a África são a mesma coisa".
"[Eles] não entendem nem tentam entender as regulações locais. Sua estratégia é muito clara, estão fazendo o possível para controlar o fornecimento de matéria-prima", teria dito.
Preocupações de teor similar são atribuídas pelos americanos a autoridades do México e da Colômbia, pelo menos.

IRÃ
Outro vazamento do WikiLeaks, revelado ontem pela agência France Presse, atribui ao chefe das Forças Armadas de Israel, Gabi Ashkenazi, relato de que o país conseguiria fazer alerta com apenas 10 a 12 minutos de antecedência em ataque do Irã.
Segundo Ashkenazi, Teerã teria cerca de 300 mísseis com a capacidade de atingir Israel em poucos minutos.


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