São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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Força rebelde tenta depor o presidente no Chade

DA REDAÇÃO

Forças rebeldes formadas por milícias rebeldes avançaram ontem sobre a capital do Chade, Ndjamena, e cercaram o palácio presidencial. Não há confirmação de que o presidente Idriss Deby tenha sido deposto nem que ele tenha deixado o palácio.
À noite, a agência de notícias oficial da Líbia informou que o ditador Muammar Gaddafi convenceu o chefe das milícias a aceitar um cessar-fogo. A informação não foi confirmada pelo governo do Chade nem pelos rebeldes.
Ao longo do dia, combates entre o Exército do Chade e os rebeldes vindos do leste do país deixaram vários mortos nas imediações do palácio presidencial, segundo a rede de TV Al Jazeera, uma das poucas com correspondente no país.
O governo saudita anunciou que uma bomba explodiu na frente da residência de seu embaixador em Ndjamena, matando uma funcionária doméstica e sua filha.
A França, ex-potência colonial do país centro-africano de 10 milhões de habitantes, anunciou o envio de 150 soldados e de um avião militar para retirar cerca de 900 cidadãos estrangeiros. Setenta e cinco foram levados ao Gabão num primeiro vôo, ontem à noite.
O governo francês se disse "neutro" no conflito e informou que o presidente Nicolas Sarkozy conversou três vezes ao longo do dia com Deby.

Sem ideologia
Os rebeldes tinham como único propósito aparente derrubar o presidente Deby. Não têm posições ideológicas nítidas e não são ligados a grupos confessionais ou étnicos. Eles têm como origem uma coligação de oito grupos ou partidos políticos, a Frente Unida pela Mudança, formada em 2005 e que no ano seguinte já tentara tomar Ndjamena pela força.
Deby, um militar de carreira, tomou o poder em golpe de Estado, em 1990. Foi eleito presidente no ano seguinte e reeleito em 1996, 2001 e 2006, nas duas últimas votações sob denúncias de fraudes.

Sudão
Ele acusa o vizinho Sudão de ter armado os rebeldes, que, de fato, chegaram à capital depois de uma marcha iniciada na fronteira sudanesa.
O ministro do Exterior de Deby, Ahmat Allam-mi, disse que toda a operação rebelde se destinava a impedir que forças de paz da União Européia, autorizadas pela ONU, se instalassem em regiões ao leste do Chade para proteger as vítimas do extermínio étnico de Darfur. Conflito que opõe grupos locais e o governo islâmico sudanês naquela Província já matou 200 mil pessoas e forçou 2,5 milhões a deixarem suas terras.


Com agências internacionais

LEIA SOBRE CAÇADA A EX-DITADOR DO CHADE NO "MAIS!"


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