São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2008

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Ao som de Elvis, senadora tenta seduzir deserdados da crise econômica em Ohio

DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A COLUMBUS (OHIO)

Embalada pelo hit de Elvis Presley "A Little Less Conversation" (um pouco menos de conversa), a candidata Hillary Clinton passou a maior parte do comício na manhã de ontem, na quadra de basquete de uma escola pública de Columbus, Ohio, dizendo que seu rival democrata, Barack Obama, "faz discurso", mas que ela, sim, é "solução" para o grande pesadelo do Estado: o desempenho ruim da economia.
Ohio ocupa o sexto lugar no ranking do desemprego entre os 50 Estados americanos (6%; Michigan é o campeão, com 7,8%), devido à crise do setor de manufaturas, e é um dos líderes em execuções de hipotecas. São problemas vantajosos para Hil-lary, que, ao longo das primárias, tem apoio grande entre eleitores que vêem a economia como maior preocupação.
Segundo consulta do Instituto Rasmussen, 51% dos eleitores de Ohio têm a economia no topo da lista de prioridades, enquanto 18% estão mais interessados na Guerra do Iraque.
O rapper Bigg Hurt, 24, casado e pai de um garoto, é um dos que "gostaria de ver a economia melhorar". Negro como 27% da população de Columbus, ele abandonou o emprego de vendedor e a faculdade de administração para tentar a carreira artística, que ainda não decolou. "Tenho amigos que fizeram faculdade, não conseguiram melhorar e ainda têm uma dívida gigante [das anuidades]."
Hurt é democrata, mas ainda não decidiu o voto. "Eu quero um presidente negro, mas Hil- lary tem a experiência."
Se optar pelo "mas...", o rapper entra para o grupo dos persuadidos por Hillary de que ela pode até ter ser menos inspiradora, mas é mais eficiente. No palco, ela diz: "Quando o telefone vermelho [de emergência] tocar às 3h [na Casa Branca], quem estará preparado para atender a chamada e agir?".
Obama anunciou um plano de US$ 10 bilhões para ajudar endividados por hipotecas. Hil-lary aposta nos estudantes. "Quem tiver dívida no financiamento da faculdade e, depois que se formar, trabalhar em um serviço público, como professor ou enfermeiro, terá sua dívida per-do-a-daaa", grita. Para proteger postos de trabalho locais, ela promete revendo tratados de livre comércio.


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