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Doadores levantam US$ 4,4 bilhões para reconstruir Gaza
Ajuda arrecadada em encontro no Egito esbarra em impasse causado pelo isolamento do Hamas, que controla o território
Brasil doa US$ 10 mi e critica Israel; Hillary, em primeira reunião internacional como enviada dos EUA, questiona distensão com iranianos
Amr Nabil/Associated Press
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Na conferência de doadores de Sharm el Sheikh, Hillary descartou enviar dinheiro ao Hamas
DA REDAÇÃO
Representantes de 45 países
reunidos no balneário egípcio
de Sharm el Sheik anunciaram
ontem a arrecadação de US$
4,4 bilhões para a reconstrução
da faixa de Gaza, destruída por
uma ofensiva israelense de três
semanas encerrada em 18 de janeiro -o alvo da operação, segundo Israel, era o grupo Hamas, que controla o território.
Os maiores doadores foram
Arábia Saudita (US$ 1 bilhão),
EUA (US$ 900 milhões) e
União Europeia (US$ 540 milhões). O Brasil, representado
pelo chanceler Celso Amorim,
contribuiu com US$ 10 milhões. A remessa precisa da
aprovação do Congresso.
As doações esbarram no impasse causado pela recusa das
potências ocidentais em transferir o dinheiro para o Hamas,
que consideram terrorista. Elas
querem repassar a ajuda a
agências humanitárias que
operam em Gaza e à Autoridade Nacional Palestina, dominada pelo laico Fatah, que tem poder reduzido à Cisjordânia.
Já os países árabes do golfo
Pérsico anunciaram a abertura
de um escritório em Gaza para
avaliar caso a caso projetos de
ajuda, contornando a disputa
entre os grupos palestinos
-rompidos desde que o Hamas, vencedor das eleições legislativas de 2006, expulsou o
Fatah da região no ano seguinte, em meio a disputas pelo
controle da polícia.
A maior parte dos doadores
pressiona os dois grupos a se
unirem em um governo de
união nacional como forma de
resolver o embate sobre a ajuda
e alavancar negociações com
Israel. Mas Hillary Clinton, em
sua primeira participação num
encontro multilateral como secretária de Estado americana,
disse que só dialogará com um
gabinete que inclua o Hamas se
o grupo endossar os acordos
com Israel firmados pela ANP.
Hillary aderiu, no entanto, ao
coro que pediu a Israel para aliviar o bloqueio imposto a Gaza.
As pressões contra Israel foram resumidas nas palavras de
Amorim, que cobrou a aplicação "imediata" da resolução
1860 do Conselho de Segurança
da ONU, de janeiro, que exige o
fim do cerco a Gaza. "É hora de
paz, e não de processo de paz",
afirmou, numa referência às
negociações para a criação de
um Estado palestino, que se arrastam desde 1993.
A conferência de Sharm el
Sheikh também revelou uma
possível dissonância entre a
abertura para dialogar com o
Irã defendida pelo presidente
Barack Obama e a posição de
Hillary, que ontem disse "não
ter ilusão" sobre a disposição
de Teerã de abrir mão de seu
programa nuclear.
Com agências internacionais
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