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ÁFRICA
Segundo denúncia, milícias árabes expulsam negros com táticas de terra arrasada
ONU aponta limpeza étnica no Sudão
DA REUTERS
Milícias árabes estão organizando e conduzindo uma campanha de limpeza étnica para expulsar os negros africanos da região
de Darfur (oeste do Sudão, nordeste da África), denunciou ontem Jan Egeland, coordenador de
ajuda emergencial da ONU.
"Não tenho nenhuma razão para dizer que o governo esteja por
trás disso, mas tenho razão para
dizer que o governo não está fazendo nada para impedir que isso
aconteça", disse Egeland ao Conselho de Segurança (CS) da ONU.
""Táticas de terra arrasada estão
sendo empregadas em Darfur, incluindo a deliberada destruição
de escolas, poços, armazéns e depósitos de alimentos, tornando
inabitáveis cidades inteiras", relatou ele, no que descreveu como
sendo "uma das piores crises humanitárias do mundo".
Depois do relato, o CS divulgou
uma declaração exigindo que o
governo e os grupos rebeldes do
Sudão protejam os civis, ajudem
as equipes de ajuda humanitária a
entrar nas regiões atingidas e concordem com um cessar-fogo para
que o auxílio possa ser dado.
Dois grupos rebeldes, o Movimento de Justiça e Igualdade e o
Movimento de Liberação do Sudão, iniciaram um levante na região de Darfur em fevereiro de
2003, acusando o governo central
de negligenciar a área, fronteiriça
com o Chade (para onde milhares
de moradores fugiram), e de armar milícias árabes para saquear
e queimar vilarejos.
O embaixador do Sudão na
ONU, Elfatih Mohamed Ahmed
Erwa, negou a gravidade da crise.
"Está superdimensionada, tanto
no que diz respeito aos refugiados
como em relação aos mortos",
disse ele.
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