São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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ÁFRICA

Segundo denúncia, milícias árabes expulsam negros com táticas de terra arrasada

ONU aponta limpeza étnica no Sudão

DA REUTERS

Milícias árabes estão organizando e conduzindo uma campanha de limpeza étnica para expulsar os negros africanos da região de Darfur (oeste do Sudão, nordeste da África), denunciou ontem Jan Egeland, coordenador de ajuda emergencial da ONU.
"Não tenho nenhuma razão para dizer que o governo esteja por trás disso, mas tenho razão para dizer que o governo não está fazendo nada para impedir que isso aconteça", disse Egeland ao Conselho de Segurança (CS) da ONU.
""Táticas de terra arrasada estão sendo empregadas em Darfur, incluindo a deliberada destruição de escolas, poços, armazéns e depósitos de alimentos, tornando inabitáveis cidades inteiras", relatou ele, no que descreveu como sendo "uma das piores crises humanitárias do mundo".
Depois do relato, o CS divulgou uma declaração exigindo que o governo e os grupos rebeldes do Sudão protejam os civis, ajudem as equipes de ajuda humanitária a entrar nas regiões atingidas e concordem com um cessar-fogo para que o auxílio possa ser dado.
Dois grupos rebeldes, o Movimento de Justiça e Igualdade e o Movimento de Liberação do Sudão, iniciaram um levante na região de Darfur em fevereiro de 2003, acusando o governo central de negligenciar a área, fronteiriça com o Chade (para onde milhares de moradores fugiram), e de armar milícias árabes para saquear e queimar vilarejos.
O embaixador do Sudão na ONU, Elfatih Mohamed Ahmed Erwa, negou a gravidade da crise. "Está superdimensionada, tanto no que diz respeito aos refugiados como em relação aos mortos", disse ele.


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