São Paulo, domingo, 03 de abril de 2005

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Texto relata história política da igreja no país

DE BUENOS AIRES

Catalogado como "investigação jornalística", o livro "El Silencio", quarto na carreira do jornalista Horacio Verbitsky, é parte de seu projeto de contar "um século da história política da igreja na Argentina".
Verbitsky tem 1.500 páginas escritas sobre o tema e pretende lançá-las "em breve". O relato de "El Silencio" foi antecipado num volume autônomo quando o jornalista conseguiu comprovar uma história que investigava havia 20 anos.
O "Silêncio" do título é o nome de uma ilha no rio Tigre, nos arredores de Buenos Aires, para onde foram transferidos prisioneiros do regime militar pouco antes da visita que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos fez à Argentina, em 1979. A ilha era propriedade do cardeal primaz de Buenos Aires à época. "Deve ser o único caso no mundo em que uma propriedade da igreja foi usada como campo de concentração", diz o autor.
Ex-montonero (agremiação política de esquerda cujas milícias armadas combateram o regime militar), Verbitsky hoje preside o Centro de Estudos Legais e Sociais (Cels), uma das principais entidades de defesa de direitos humanos na Argentina. Como presidente do Cels, o jornalista é ouvido pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, a respeito da política oficial de direitos humanos.
Por esse vínculo com o governo, Verbitsky, que é o principal analista político do jornal "Página 12", é detratado por seus desafetos.
O diário "Ámbito Financiero" só se refere a ele como "o assessor sem carteira de Kirchner". "São insultos", diz. (SA)


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