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Texto relata
história política
da igreja no país
DE BUENOS AIRES
Catalogado como "investigação jornalística", o livro "El Silencio", quarto na carreira do
jornalista Horacio Verbitsky, é
parte de seu projeto de contar
"um século da história política
da igreja na Argentina".
Verbitsky tem 1.500 páginas
escritas sobre o tema e pretende lançá-las "em breve". O relato de "El Silencio" foi antecipado num volume autônomo
quando o jornalista conseguiu
comprovar uma história que
investigava havia 20 anos.
O "Silêncio" do título é o nome de uma ilha no rio Tigre,
nos arredores de Buenos Aires,
para onde foram transferidos
prisioneiros do regime militar
pouco antes da visita que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos fez à Argentina, em 1979. A ilha era propriedade do cardeal primaz de Buenos Aires à época. "Deve ser o
único caso no mundo em que
uma propriedade da igreja foi
usada como campo de concentração", diz o autor.
Ex-montonero (agremiação
política de esquerda cujas milícias armadas combateram o regime militar), Verbitsky hoje
preside o Centro de Estudos
Legais e Sociais (Cels), uma das
principais entidades de defesa
de direitos humanos na Argentina. Como presidente do Cels,
o jornalista é ouvido pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, a respeito da política oficial
de direitos humanos.
Por esse vínculo com o governo, Verbitsky, que é o principal
analista político do jornal "Página 12", é detratado por seus
desafetos.
O diário "Ámbito Financiero" só se refere a ele como "o
assessor sem carteira de Kirchner". "São insultos", diz.
(SA)
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