|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA amplificam cerco a viajantes
Até fim do mês, passageiros de todos os países poderão enfrentar revista mais rigorosa antes de embarcar
Atualmente cidadãos de 14 nações são submetidos a controle automático; novas regras americanas incluem critérios raciais e religiosos
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos anunciaram ontem a implementação
de novos critérios para identificar possíveis terroristas entre
passageiros com destino aos
aeroportos americanos. Até o
fim deste mês, poderão ser submetidos a revistas cidadãos de
todas as nacionalidades, em
função de padrões controversos como aparência e religião.
As medidas visam substituir
um sistema colocado em vigor
após a tentativa frustrada de
atentado ocorrida contra um
voo comercial com destino a
Detroit no último Natal. Desde
então, passageiros de 14 países
são automaticamente considerados suspeitos e submetidos,
antes de embarcar rumo aos
EUA, a uma revista rigorosa e,
em alguns aeroportos, a um
scanner corporal.
A lista de países que despertam suspeitas -quase todos de
maioria muçulmana- inclui
aliados dos EUA, como Arábia
Saudita, Paquistão e Iraque,
que vinham pressionando a Casa Branca a mudar regras vistas
como discriminatórias.
O governo americano admitiu ontem que era ineficaz aplicar exames extras a passageiros
apenas em função de seu passaporte e cidadania.
Nas próximas semanas, estará sujeito a controle minucioso
qualquer cidadão cujo perfil
corresponder a informações
fornecidas previamente pelos
serviços de inteligência às companhias aéreas e às autoridades
aeroportuárias.
Os critérios para que alguém
seja considerado suspeito podem incluir faixa etária, países
previamente visitados e traços
físicos, entre outras características que podem ser vistas como racistas por alguns setores.
Um alto funcionário do governo americano negou ontem
que o sistema seja norteado pelo perfil racial e étnico dos passageiros e alegou que cidadãos
dos EUA também estarão sujeitos às mesmas regras.
As medidas, sancionadas pelo presidente Barack Obama e
que dispensam aprovação do
Congresso, serão aplicadas em
todos os aeroportos do mundo
onde houver voos com destino
aos EUA. Nos lugares onde não
há scanners corporais, como no
Brasil, o controle será feito por
meio de uma revista manual
mais rigorosa na porta de entrada do avião.
O governo americano não
tem o direito de aplicar controle de passageiros fora de suas
fronteiras nacionais, mas companhias aéreas podem ser proibidas de voar para os EUA caso
não aceitem se sujeitar às regras de segurança.
As instruções para revistar
passageiros se somam a uma
lista de cerca de 6.000 nomes
de pessoas proibidas de tirar
visto para entrar no país ou de
embarcar em voos com destino
a aeroportos americanos.
Washington alega que o objetivo é evitar novos episódios como o do Natal, quando um nigeriano tentou acionar os explosivos que carregava a bordo
de um voo que seguia de Amsterdã a Detroit. O terrorista foi
detido por passageiros e entregue às autoridades. O caso gerou questionamentos sobre como o rapaz, que tinha visto de
entrada nos EUA, conseguiu
embarcar com explosivos.
Texto Anterior: América Central: Honduras é país mais violento para jornalistas, afirma ONG Próximo Texto: E eu com isso? Índice
|