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Times Square ensaia volta ao normal
Equipes de reportagem e movimento de turistas abaixo do habitual marcam reabertura da região após atentado frustrado
Sinais mais evidentes de que houve algo diferente eram estilhaços de vidro pelo chão, grande efetivo policial e barreiras de metal recolhidas
Craig Ruttle/Associated Press
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Área para pedestres na Times Square fica vazia após ataque frustrado em um dos locais turísticos mais visitados em NovaYork
DE NOVA YORK
Uma única viatura policial,
vazia e fechada, marcava ontem
o ponto da rua 45, quase na esquina com a Broadway, em que
o Nissan Pathfinder foi estacionada, na noite de sábado, com
uma bomba em seu interior.
Com o trânsito liberado, a
perua guinchada e os turistas
de volta à Times Square, na tarde ensolarada de ontem, os sinais mais claros do incidente tido como atentado terrorista
eram cacos de vidro no chão,
resquícios da janela do veículo
em que houve um princípio de
incêndio, e uma grande quantidade de policiais, jornalistas e
barreiras de metal recolhidas.
A traseira de uma cabine telefônica, ao lado da viatura, era
usada como cenário por repórteres de TV -o vidro que protegia a propaganda com o rosto
do ator Michael J. Fox também
estourou, mas estava intacta a
palavra "otimismo", destacada
em vermelho, no cartaz contra
o mal de Parkinson.
De resto, como comentou
com a Folha um vendedor ambulante que trabalha no local,
"metade" dos turistas que passava por ali nem se dava conta
de que algo extraordinário havia acontecido, mais preocupada em fazer compras ou escolher um musical para ver.
Mas a região da Times Square, um dos lugares mais procurados pelos turistas em Nova
York, estava mais despovoada
do que o usual.
Mesmo com o bom tempo,
ontem, era possível ver mesas
vazias nas áreas exclusivas para
pedestres. A massa que costuma se acotovelar nas calçadas
da Sétima Avenida e da Broadway andava com espaço de sobra, mesmo com a grande
quantidade de carros e motos
da polícia, além de caminhões
de bombeiro, que ainda passavam por ali.
Nas estações de metrô em
torno da Times Square não havia policiamento extra, e todas
as linhas funcionavam normalmente. Pior opção era passear
pela área de carro: mesmo com
o tráfego liberado, o trânsito
era intenso, e os ônibus de turistas disputavam espaço com
as vans policiais e das equipes
de reportagem. Ninguém parecia acreditar no risco de um novo atentado.
A poucas quadras dali, um
grupo de manifestantes não se
abalou com o ocorrido e manteve o protesto do dia: na véspera do início da conferência
na ONU para a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que trará ministros e chefes de Estado a Nova
York, centenas de pessoas ocupavam quatro quarteirões da
Sétima Avenida para pedir o
desarmamento nuclear.
Entre as ruas 38 e 42, isolados pelas mesmas barreiras de
metal usadas na noite anterior
para fechar a área, os gritos dos
manifestantes disputavam
atenção com as sirenes para
pedir paz.
(CRISTINA FIBE)
Ouça podcast da
correspondente da Folha
www.folha.com.br/101222
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