São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Times Square ensaia volta ao normal

Equipes de reportagem e movimento de turistas abaixo do habitual marcam reabertura da região após atentado frustrado

Sinais mais evidentes de que houve algo diferente eram estilhaços de vidro pelo chão, grande efetivo policial e barreiras de metal recolhidas

Craig Ruttle/Associated Press
Área para pedestres na Times Square fica vazia após ataque frustrado em um dos locais turísticos mais visitados em NovaYork

DE NOVA YORK

Uma única viatura policial, vazia e fechada, marcava ontem o ponto da rua 45, quase na esquina com a Broadway, em que o Nissan Pathfinder foi estacionada, na noite de sábado, com uma bomba em seu interior.
Com o trânsito liberado, a perua guinchada e os turistas de volta à Times Square, na tarde ensolarada de ontem, os sinais mais claros do incidente tido como atentado terrorista eram cacos de vidro no chão, resquícios da janela do veículo em que houve um princípio de incêndio, e uma grande quantidade de policiais, jornalistas e barreiras de metal recolhidas.
A traseira de uma cabine telefônica, ao lado da viatura, era usada como cenário por repórteres de TV -o vidro que protegia a propaganda com o rosto do ator Michael J. Fox também estourou, mas estava intacta a palavra "otimismo", destacada em vermelho, no cartaz contra o mal de Parkinson.
De resto, como comentou com a Folha um vendedor ambulante que trabalha no local, "metade" dos turistas que passava por ali nem se dava conta de que algo extraordinário havia acontecido, mais preocupada em fazer compras ou escolher um musical para ver.
Mas a região da Times Square, um dos lugares mais procurados pelos turistas em Nova York, estava mais despovoada do que o usual.
Mesmo com o bom tempo, ontem, era possível ver mesas vazias nas áreas exclusivas para pedestres. A massa que costuma se acotovelar nas calçadas da Sétima Avenida e da Broadway andava com espaço de sobra, mesmo com a grande quantidade de carros e motos da polícia, além de caminhões de bombeiro, que ainda passavam por ali.
Nas estações de metrô em torno da Times Square não havia policiamento extra, e todas as linhas funcionavam normalmente. Pior opção era passear pela área de carro: mesmo com o tráfego liberado, o trânsito era intenso, e os ônibus de turistas disputavam espaço com as vans policiais e das equipes de reportagem. Ninguém parecia acreditar no risco de um novo atentado.
A poucas quadras dali, um grupo de manifestantes não se abalou com o ocorrido e manteve o protesto do dia: na véspera do início da conferência na ONU para a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que trará ministros e chefes de Estado a Nova York, centenas de pessoas ocupavam quatro quarteirões da Sétima Avenida para pedir o desarmamento nuclear.
Entre as ruas 38 e 42, isolados pelas mesmas barreiras de metal usadas na noite anterior para fechar a área, os gritos dos manifestantes disputavam atenção com as sirenes para pedir paz.
(CRISTINA FIBE)

Ouça podcast da correspondente da Folha
www.folha.com.br/101222


Texto Anterior: Saiba mais: Grupo assume ataques que não cometeu
Próximo Texto: Vendedor diz que pensou em levar carro para longe
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.