São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2011 |
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Multidão vê funeral de filho de Gaddafi Manifestantes prometeram vingar a morte de Saif al Arab, assassinado em bombardeio da Otan no sábado à noite Ataque reaviva debate sobre ação do Ocidente; bombardeio na Líbia não fere norma da ONU, afirma premiê britânico DE SÃO PAULO Multidão leal a Muammar Gaddafi se reuniu na capital líbia, Trípoli, para acompanhar o funeral de Saif al Arab, filho do ditador -morto aos 29 anos, no sábado, segundo o regime, pela Otan, a aliança militar do Ocidente. Por volta de 2.000 pessoas segurando bandeiras e fotografias manifestaram seu apoio a Gaddafi. Eles levantaram os pulsos e prometeram vingar a morte de Saif. No bombardeio do último sábado à noite, três netos do ditador com menos de 12 anos também morreram. O porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, afirmou que Gaddafi e sua mulher, Safiya, estavam em um dos prédios atingidos pelo ataque aéreo e que foram feridos na fuga. O caixão de Arab, coberto com flores e envolto na bandeira verde da Líbia adotada depois do golpe que levou Gaddafi ao poder em 1969, foi levado ao cemitério Hani. "Nós estamos todos com a Líbia de Gaddafi", dizia cartaz empunhado por um dos partidários do governo. A ofensiva da Otan, acusada pelo governo líbio de ter tentado matar Gaddafi, levantou questionamento sobre a legitimidade da ação militar, com base na resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU -que visava a proteção de civis. Os países que vêm apontando abuso de poder, como Rússia e China, dizem que a coalizão internacional tem de agir somente contra alvos que ofereçam risco à segurança do povo líbio. Isso significa que a operação não deveria incluir tentativas de assassinar integrantes do governo da Líbia. O premiê do Reino Unido, David Cameron, disse à BBC que as resoluções das Nações Unidas autorizam ataques contra o comando do regime. O objetivo, segundo ele, é prevenir, independentemente de qual seja o alvo, a morte de civis por meio do bombardeio do que chamou de "máquina de guerra de Gaddafi". A cidade de Misrata, símbolo da resistência dos rebeldes, foi novamente bombardeada pelo ditador ontem. O alvo foi o porto da cidade, que está fechado, para dificultar ou impedir o desembarque de suprimentos. BLOQUEIO SUÍÇO O ministro das Relações Exteriores da Suíça, Lars Knuchel, anunciou ontem que o país conseguiu identificar e congelar recursos ligados a Muammar Gaddafi e a alguns dos aliados do ditador, em um montante superior a R$ 655 milhões. De acordo com Knuchel, além de Gaddafi, também tiveram recursos bloqueados os ex-ditadores Hosni Mubarak (Egito), no valor de cerca de R$ 747 milhões, e Zine el Abidine Ben Ali (Tunísia), mais de R$ 109 milhões. Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Síria é acusada de invasões e prisões sem ordem judicial Índice | Comunicar Erros |
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