São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2011

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EUA afirmam que "sepultaram" corpo de Bin Laden no mar

Decisão, que evita "peregrinação", foi creditada a ritual islâmico; não está claro como foi comprovado o DNA

Governo americano diz ser "inconcebível" que terrorista não tivesse apoio paquistanês para se manter escondido


ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Um "sepultamento" no mar marcou o desfecho ontem do terrorista Osama bin Laden, localizado e morto com dois tiros no Paquistão após quase dez anos de buscas pelas forças dos EUA.
Imagens do corpo do líder da rede Al Qaeda ainda não foram divulgadas. Funcionários do governo afirmam que ainda não foi decidido se fotos serão liberadas, mas que um exame de DNA confirmou com "99,9% de certeza" a identidade do terrorista.
Não está claro como o DNA foi testado. Por enquanto, o mais provável é que o material recolhido do corpo tenha sido comparado com DNA recolhido de familiares de Bin Laden após o 11/9 -uma de suas irmãs morreu de câncer no cérebro há cerca de um ano em Massachusetts.
Além de evitar a criação de um ponto de "peregrinação", a decisão de levar o corpo ao mar foi creditada ao curto período de tempo entre o fim do ataque e a conformidade com rituais islâmicos.
Foram executados ritos religiosos no navio USS Carl Vinson, no mar da Arábia, em uma cerimônia que começou às 2h10 e terminou às 3h10 da manhã (de Brasília), segundo a Casa Branca.
O corpo foi lavado e posicionado em um lençol branco. Um militar leu comentários preparados para a ocasião, que foram traduzidos para árabe por um nativo da língua. Bin Laden foi então colocado em uma prancha que desceu ao mar.
Um funcionário do governo indicou que preparativos para um eventual funeral começaram há meses, com consultas a especialistas islâmicos. Ele afirmou também que nenhum país podia ou queria abrigar o corpo.

PAQUISTÃO
Segundo John Brennan, conselheiro da Casa Branca para segurança nacional, os EUA investigam como ele conseguiu se manter tanto tempo no esconderijo. "É inconcebível que não tivesse apoio paquistanês." Ele disse que a ação foi unilateral.
O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, confirmou a informação, mas negou que o país soubesse do paradeiro de Bin Laden.
Ontem, o presidente Barack Obama afirmou que "o mundo é um lugar melhor" sem Bin Laden. "Nosso país manteve o compromisso de fazer Justiça." Já a secretária de Estado Hillary Clinton disse que a morte renova os esforços contra a Al Qaeda.
Ela aproveitou para estender as mãos à ala mais moderada do Taleban: "Não podem esperar que deixemos [o Afeganistão]; não podem nos derrotar. Mas podem deixar a Al Qaeda e participar de um processo político pacífico".


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