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Ação contra Osama deve provocar disparada na aprovação de Obama
Para o Gallup, popularidade subirá pelo menos sete pontos, mas pode cair em pouco tempo
Chances de reeleição
do presidente em 2012 podem não aumentar se a economia continuar preocupando o eleitor
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO
Pelo menos no curto prazo, a morte de Osama bin Laden vai turbinar a popularidade do presidente americano Barack Obama.
De acordo com o instituto
Gallup, nos próximos dias, o
"efeito disparada" da morte
do terrorista deverá aumentar em pelo menos sete pontos percentuais a aprovação
de Obama, que estava em
apenas 46%.
Mas não está claro se o salto na popularidade de Obama será duradouro o suficiente para aumentar suas
chances de reeleição em
2012. Até lá, a população
americana deve voltar a se
preocupar primordialmente
com a economia, se o desemprego continuar alto, dizem
analistas.
Situação semelhante ocorreu com o presidente George
H. W. Bush, o pai, em 1992. A
popularidade de Bush pai
chegou a mais de 90% na esteira da expulsão de Saddam
Hussein do Kuait, na bem-sucedida Guerra do Golfo.
Mas 19 meses depois (pouco mais do que os 18 meses
que faltam para a eleição
americana de 2012), a economia americana havia mergulhado em uma recessão. E os
americanos, pensando com o
bolso, deram uma surra em
Bush nas urnas, que perdeu
para Bill Clinton.
"A notícia vai dar uma elevação momentânea nos números do presidente", diz o
estrategista republicano Carl
Forti. "Mas, no mês que vem,
nós vamos estar de novo debatendo o limite de endividamento. E daqui a um ano, Bin
Laden terá impacto zero."
O Gallup, porém, insiste
no "efeito disparada" na popularidade do presidente
Obama. Segundo o instituto,
a história demonstra que os
americanos costumam correr
para apoiar os líderes nessas
circunstâncias.
Depois da captura de Saddam Hussein, em dezembro
de 2003, a popularidade do
presidente George W. Bush, o
filho, saltou de 56% para
63%. O maior efeito disparada foi verificado no 11 de Setembro -a popularidade de
Bush saltou de 51% para 86%
na pesquisa feita em 14 e 15
de setembro.
A taxa de aprovação de
Obama está em 46%, com
45% de desaprovação, por
causa do desemprego que
teima em não cair -ainda está em 8,8%- e da economia,
que cresceu apenas 1,8% no
primeiro trimestre, pondo
em dúvida a recuperação.
De qualquer maneira, o assassinato de Bin Laden priva
os republicanos de uma de
suas principais armas: atacar
Obama no flanco de política
externa.
A oposição passou anos
dizendo que o democrata era
fraco em defesa nacional e
aproveitou a indecisão do
presidente às vésperas da invasão da Líbia para tachá-lo
de "vacilante". Agora, dificilmente poderão criticar "o homem que matou Bin Laden".
Nesta quinta, Obama deverá ir a Nova York para se
encontrar com vítimas dos
ataques do 11 de Setembro.
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