São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2011

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Ação contra Osama deve provocar disparada na aprovação de Obama

Para o Gallup, popularidade subirá pelo menos sete pontos, mas pode cair em pouco tempo

Chances de reeleição do presidente em 2012 podem não aumentar se a economia continuar preocupando o eleitor

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

Pelo menos no curto prazo, a morte de Osama bin Laden vai turbinar a popularidade do presidente americano Barack Obama.
De acordo com o instituto Gallup, nos próximos dias, o "efeito disparada" da morte do terrorista deverá aumentar em pelo menos sete pontos percentuais a aprovação de Obama, que estava em apenas 46%.
Mas não está claro se o salto na popularidade de Obama será duradouro o suficiente para aumentar suas chances de reeleição em 2012. Até lá, a população americana deve voltar a se preocupar primordialmente com a economia, se o desemprego continuar alto, dizem analistas.
Situação semelhante ocorreu com o presidente George H. W. Bush, o pai, em 1992. A popularidade de Bush pai chegou a mais de 90% na esteira da expulsão de Saddam Hussein do Kuait, na bem-sucedida Guerra do Golfo.
Mas 19 meses depois (pouco mais do que os 18 meses que faltam para a eleição americana de 2012), a economia americana havia mergulhado em uma recessão. E os americanos, pensando com o bolso, deram uma surra em Bush nas urnas, que perdeu para Bill Clinton.
"A notícia vai dar uma elevação momentânea nos números do presidente", diz o estrategista republicano Carl Forti. "Mas, no mês que vem, nós vamos estar de novo debatendo o limite de endividamento. E daqui a um ano, Bin Laden terá impacto zero."
O Gallup, porém, insiste no "efeito disparada" na popularidade do presidente Obama. Segundo o instituto, a história demonstra que os americanos costumam correr para apoiar os líderes nessas circunstâncias.
Depois da captura de Saddam Hussein, em dezembro de 2003, a popularidade do presidente George W. Bush, o filho, saltou de 56% para 63%. O maior efeito disparada foi verificado no 11 de Setembro -a popularidade de Bush saltou de 51% para 86% na pesquisa feita em 14 e 15 de setembro.
A taxa de aprovação de Obama está em 46%, com 45% de desaprovação, por causa do desemprego que teima em não cair -ainda está em 8,8%- e da economia, que cresceu apenas 1,8% no primeiro trimestre, pondo em dúvida a recuperação.
De qualquer maneira, o assassinato de Bin Laden priva os republicanos de uma de suas principais armas: atacar Obama no flanco de política externa.
A oposição passou anos dizendo que o democrata era fraco em defesa nacional e aproveitou a indecisão do presidente às vésperas da invasão da Líbia para tachá-lo de "vacilante". Agora, dificilmente poderão criticar "o homem que matou Bin Laden".
Nesta quinta, Obama deverá ir a Nova York para se encontrar com vítimas dos ataques do 11 de Setembro.


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