São Paulo, sábado, 03 de junho de 2006 |
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García deve vencer por pouco, diz pesquisa
Segundo instituto Apoyo, ex-presidente peruano tem frente de cinco pontos sobre Ollanta Humala na eleição de amanhã
FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A LIMA Três pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem revelam que o ex-presidente de centro-esquerda Alan García continua na frente do nacionalista Ollanta Humala para o segundo turno da eleição peruana, marcado para amanhã. Os levantamentos indicam ainda que a diferença entre os dois, na casa dos cinco pontos percentuais, permaneceu inalterada nos últimos dias de campanha, marcados por cenas de violência entre militantes e pela intensa troca de acusações. No levantamento do instituto Apoyo, o mais confiável, García tem 53% dos votos, contra 47% do nacionalista. Apesar de ser praticamente o mesmo número da pesquisa anterior, divulgada no último domingo -52% a 48%, respectivamente-, a oscilação foi suficiente para que a distância saísse da margem de erro, de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. "García deve vencer", disse o diretor do Apoyo, Alfredo Torres, à agência Reuters. "Se Humala vencer, será por causa de um voto oculto que não registramos." Segundo ele, ainda havia 8% de indecisos. A pesquisa do Apoyo é a única feita por simulação de voto, em que o entrevistado não precisa revelar o seu voto ao pesquisador. Para o instituto, essa é a metodologia mais confiável, pois permite medir o voto oculto, que tende a favorecer Humala, de longe o mais criticado pela imprensa peruana. Já a pesquisa da Universidade de Lima, com metodologia tradicional, mostra uma vantagem maior para García: 55,9% das preferências, contra 44,1% de Humala. A margem de erro aí é de dois pontos percentuais. A vantagem é ainda mais ampla na pesquisa do instituto Datum, em que García tem 57%, e Humala, 43%, com uma margem de erro de 2,4 pontos percentuais em ambas as direções. Na pesquisa anterior do Datum, divulgada no último domingo, a diferença era praticamente a mesma: 58% a 42% a favor do ex-presidente. Por causa da lei eleitoral, as pesquisas de ontem só puderam ser divulgadas no exterior. Apoio espanhol Os dois candidatos encerraram a campanha oficialmente anteontem, em comícios realizados em Lima (García) e Cusco, nos quais repetiram a troca de acusações dos últimos dias. A principal surpresa veio de García. Depois de passar os últimos dias chamando de "intromissão estrangeira" o apoio de Hugo Chávez a Humala, o ex-presidente recebeu no palco o apoio de Trinidad Jiménez, secretária de Relações Internacionais do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), do premiê José Luis Rodríguez Zapatero. "Quis manifestar o apoio do PSOE ao candidato do Apra (Aliança Popular Revolucionária Americana). Queremos vê-lo como presidente do Peru", disse Jiménez ontem, após se reunir com García. Humala preferiu encerrar a campanha no altiplano peruano, seu principal reduto eleitoral, onde voltou a acusar García de vínculos com o ex-chefe de inteligência Vladimiro Montesinos, pivô do escândalo que derrubou o ex-presidente Alberto Fujimori, em 2000. "Não vamos dar liberdade a Montesinos. Há um pacto de impunidade, conspiratório, entre García e o delinqüente Montesinos. Não podemos permitir que Montesinos entre no Palácio do Governo", acusou. Próximo Texto: Memória: Em 90, Fujimori venceu eleição nos últimos dias Índice |
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