São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2008

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Ataque a alvo dinamarquês no Paquistão deixa 8 mortos

Explosão de carro-bomba em frente à embaixada feriu funcionária brasileira

Paquistão condena ataque, mas mantém negociação de paz com grupos radicais; impacto atingiu a casa do embaixador brasileiro

DA REDAÇÃO

Pelo menos oito pessoas morreram ontem na explosão de uma carro-bomba em frente à embaixada dinamarquesa no Paquistão, às 13h (4h, no Brasil). A contadora brasileira Maria Iraise Macena Nobre, que trabalhava para a embaixada, está entre as dezenas de feridos. Segundo o Itamaraty, ela passa bem, mas continua no hospital, onde recebeu a visita do vice-cônsul do Brasil.
A bomba destroçou carros estacionados e atingiu a fachada de casas vizinhas, numa área nobre da capital, Islamabad, repleta de representações estrangeiras. A cem metros do local da explosão, a residência do embaixador brasileiro teve os vidros estilhaçados pelo impacto, informa o Itamaraty. O embaixador Carlos Eduardo da Fonseca Costa está no Brasil desde a semana passada e nenhum funcionário ficou ferido.
O carro usado no atentado, um Toyota Corolla, estava carregado com cerca de 25 quilos de explosivos e provavelmente tinha uma placa diplomática falsa, segundo a polícia. O governo paquistanês condenou o atentado, mas não deu sinais de que pretenda interromper o diálogo com grupos radicais, com os quais negocia um acordo para que deixem as armas.
O premiê dinamarquês Anders Fogh Rasmussen afirmou que atentados não vão alterar a política externa de seu país -que retirou seus soldados do Iraque no ano passado e mantém 600 homens no Afeganistão. Após o atentado de ontem, a Suécia e a Noruega também fecharam temporariamente suas missões no Paquistão.
A Dinamarca é um alvo preferencial de radicais islâmicos desde 2006, quando charges ofensivas ao profeta Maomé publicadas meses antes pelo jornal conservador "Jyllands Postem" suscitaram uma onda de protestos de muçulmanos. No primeiro semestre daquele ano, 48 pessoas morreram em manifestações e ataques a prédios oficiais dinamarqueses -a maioria vítima de disparos dos policiais que tentavam dissolver os protestos. As charges foram reimpressas neste ano.
Grande parte dos funcionários dinamarqueses foi removida de postos nos países muçulmanos em 2006. Dentre os mortos de ontem, apenas um, de origem paquistanesa, é cidadão do país escandinavo.


Com agências internacionais

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