|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Israel evoca pacto secreto com Bush
DO "INDEPENDENT", EM JERUSALÉM
Em novo capítulo das tensões entre Israel e os EUA
acerca da expansão dos assentamentos na Cisjordânia,
o governo de Binyamin Netanyahu evocou ontem pactos não escritos com os americanos. Pelos acordos, que
teriam sido firmados entre
os países em 2003, as construções poderiam continuar
nas colônias já existentes.
Defensor do congelamento de novos assentamentos
na Cisjordânia, o presidente
dos EUA, Barack Obama, declarou que o fim da expansão
estava entre as "obrigações"
israelenses.
Contrário a isso, o governo
de Netanyahu pressiona pela
restauração, ao menos parcial, de "entendimentos" privados, que teriam sido aprovados pelo governo anterior,
a despeito da oposição repetidamente declarada pela
equipe do presidente George
W. Bush quanto à construção
de assentamentos.
Argumenta que, em 2003,
o então premiê Ariel Sharon
condicionou sua concordância com o plano de paz do
Mapa do Caminho e com a
retirada de 8.000 colonos judeus à continuação do processo de assentamento israelense dentro dos limites físicos das colônias já estabelecidas na Cisjordânia.
Um importante funcionário do governo israelense
afirmou que "é difícil para os
americanos declarar que temos de manter nossos compromissos, enquanto ignoram esses entendimentos".
O argumento foi defendido nas tratativas que o ministro da Defesa israelense,
Ehud Barak, conduziu ontem em Washington. E constará da pauta do encontro
entre o enviado dos EUA ao
Oriente Médio, George Mitchell, e lideranças israelenses, na segunda.
Funcionários israelenses
se queixam também de que
Washington "não está fazendo distinção" entre os assentamentos em blocos maiores, que em 2004 Bush disse
a Sharon esperar ver integrados a Israel, e assentamentos
em outras porções da Cisjordânia ocupada.
Não há sinal de que Obama
se considere obrigado por
tais pactos verbais, cuja validade é contestada por autoridades americanas.
Dov Weisglass, que era o
mais próximo assessor de
Sharon, declarou a um jornal
ontem que a questão deriva
de um acordo sobre "crescimento natural" assinado em
1999 e refinado em 2002.
Os acordos verbais, posteriores, foram confirmados
por Elliott Abrams, secretário-assistente de Estado no
governo Bush.
A construção estaria liberada desde que não envolvesse novos assentamentos, não
fossem expropriadas mais
"terras palestinas", a expansão acontecesse "dentro da
linha de construção atual" e
que verbas públicas não fossem utilizadas para encorajar os colonos. A secretária
de Estado de Bush, Condoleezza Rice, confirmou o entendimento, disse Weisglass.
Texto Anterior: Obama faz viagem em busca de resultados Próximo Texto: General indicado para comando afegão diz que protegerá civis Índice
|