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IRAQUE SOB TUTELA
Bush diz que "prosseguir na luta" é a melhor maneira de honrar os 1.700 mortos americanos no país
Dois homens-bomba matam 21 em Bagdá
DA REDAÇÃO
Um homem-bomba se explodiu num centro de recrutamento
da polícia, em Bagdá, causando 16
mortes. Um outro homem-bomba matou cinco ao se explodir
junto a um posto de controle policial ao sul da capital.
Em Hilla, cidade xiita a 95 km de
Bagdá, o ataque suicida de um homem-bomba em uma base policial matou 26 pessoas e deixou
mais de 50 feridos. Pela internet,
um grupo ligado ao terrorista jordaniano Abu Musab Zarqawi reivindicou a autoria do atentado.
Além das quase 50 vítimas nesses atentados, três outros iraquianos foram mortos ontem, totalizando o maior número de vítimas
nos últimos sete dias e demonstrando a dificuldade da polícia
iraquiana e dos militares dos EUA
em neutralizar a insurgência.
A primeira explosão ocorreu às
9h locais no oeste de Bagdá, segundo o porta-voz do Ministério
do Interior, Adnan Abdul-Rahman. O hospital público da região
recebeu 16 cadáveres e 22 feridos.
Entre os mortos estão 11 recrutas
e seis civis. Mais de 1.400 pessoas
foram mortas no país desde que o
premiê Ibrahim al Jaafari anunciou em 28 de abril seu gabinete
predominantemente xiita.
Em outro atentado, o coronel da
polícia Anwar Sheik Kabeer
Sorchyee foi morto quando se dirigia de automóvel para o trabalho na cidade de Mosul. Uma outra bomba explodiu num mercado de Mahmoudiya, 20 km ao sul
de Bagdá, matando duas pessoas
e ferindo dez outras.
O atentado ocorreu minutos depois da passagem, pelo local, do
cortejo fúnebre de Kamal al Ghuraifi, um dos auxiliares do aiatolá
Ali al Sistani, maior líder religioso
xiita do Iraque. Ghuraifi foi morto
em atentado anteontem.
Também em Mahmoudiya militares dos Estados Unidos prenderam o chefe tribal Adnan Fahd,
em ação que não foi comentada
por porta-vozes americanos.
A Al Qaeda, que atua no Iraque
com estrutura própria de ações
terroristas, reivindicou a bomba
que explodiu sexta-feira na sede
do partido do premiê Jaafari no
bairro de Mansour, em Bagdá. A
reivindicação se deu por meio de
comunicado na internet.
Em Nova York, o embaixador
iraquiano na ONU, Samir Sumaidaie, acusou soldados dos EUA de
terem matado um primo seu numa operação de caça a terroristas
na Província de Anbar. A vítima
estava desarmada. Forças americanas abriram um inquérito e disseram que a apuração "pode demorar algumas semanas".
O governo suíço também disse
que um iraquiano com dupla nacionalidade e identificado apenas
pelas iniciais S.J. foi morto "acidentalmente" por um soldado
americano. O Ministério das Relações Exteriores da Suíça não deu
outros detalhes sobre o incidente.
Enquanto isso, parte de Bagdá
sofria ontem os efeitos da falta de
água. Um atentado na sexta-feira
danificou um gerador que abastecia de eletricidade uma usina de
tratamento. A falta de água provoca desconforto maior em razão
da temperatura de até 38 C.
Apelo de Bush
Em seu programa radiofônico
semanal, o presidente George W.
Bush disse que a melhor maneira
de honrar a memória dos mortos
americanos no Iraque [mais de
1.700] é "prosseguir na luta". Disse também, num esforço para reverter a queda de sua popularidade, que os americanos que combatem no Iraque e no Afeganistão
"seguem os passos dos que combateram na Revolução Americana, na Guerra Civil [do século 19]
e da Segunda Guerra Mundial".
Com agências internacionais
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