São Paulo, domingo, 03 de julho de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Bush diz que "prosseguir na luta" é a melhor maneira de honrar os 1.700 mortos americanos no país

Dois homens-bomba matam 21 em Bagdá

DA REDAÇÃO

Um homem-bomba se explodiu num centro de recrutamento da polícia, em Bagdá, causando 16 mortes. Um outro homem-bomba matou cinco ao se explodir junto a um posto de controle policial ao sul da capital.
Em Hilla, cidade xiita a 95 km de Bagdá, o ataque suicida de um homem-bomba em uma base policial matou 26 pessoas e deixou mais de 50 feridos. Pela internet, um grupo ligado ao terrorista jordaniano Abu Musab Zarqawi reivindicou a autoria do atentado.
Além das quase 50 vítimas nesses atentados, três outros iraquianos foram mortos ontem, totalizando o maior número de vítimas nos últimos sete dias e demonstrando a dificuldade da polícia iraquiana e dos militares dos EUA em neutralizar a insurgência.
A primeira explosão ocorreu às 9h locais no oeste de Bagdá, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Adnan Abdul-Rahman. O hospital público da região recebeu 16 cadáveres e 22 feridos. Entre os mortos estão 11 recrutas e seis civis. Mais de 1.400 pessoas foram mortas no país desde que o premiê Ibrahim al Jaafari anunciou em 28 de abril seu gabinete predominantemente xiita.
Em outro atentado, o coronel da polícia Anwar Sheik Kabeer Sorchyee foi morto quando se dirigia de automóvel para o trabalho na cidade de Mosul. Uma outra bomba explodiu num mercado de Mahmoudiya, 20 km ao sul de Bagdá, matando duas pessoas e ferindo dez outras.
O atentado ocorreu minutos depois da passagem, pelo local, do cortejo fúnebre de Kamal al Ghuraifi, um dos auxiliares do aiatolá Ali al Sistani, maior líder religioso xiita do Iraque. Ghuraifi foi morto em atentado anteontem.
Também em Mahmoudiya militares dos Estados Unidos prenderam o chefe tribal Adnan Fahd, em ação que não foi comentada por porta-vozes americanos.
A Al Qaeda, que atua no Iraque com estrutura própria de ações terroristas, reivindicou a bomba que explodiu sexta-feira na sede do partido do premiê Jaafari no bairro de Mansour, em Bagdá. A reivindicação se deu por meio de comunicado na internet.
Em Nova York, o embaixador iraquiano na ONU, Samir Sumaidaie, acusou soldados dos EUA de terem matado um primo seu numa operação de caça a terroristas na Província de Anbar. A vítima estava desarmada. Forças americanas abriram um inquérito e disseram que a apuração "pode demorar algumas semanas".
O governo suíço também disse que um iraquiano com dupla nacionalidade e identificado apenas pelas iniciais S.J. foi morto "acidentalmente" por um soldado americano. O Ministério das Relações Exteriores da Suíça não deu outros detalhes sobre o incidente.
Enquanto isso, parte de Bagdá sofria ontem os efeitos da falta de água. Um atentado na sexta-feira danificou um gerador que abastecia de eletricidade uma usina de tratamento. A falta de água provoca desconforto maior em razão da temperatura de até 38 C.

Apelo de Bush
Em seu programa radiofônico semanal, o presidente George W. Bush disse que a melhor maneira de honrar a memória dos mortos americanos no Iraque [mais de 1.700] é "prosseguir na luta". Disse também, num esforço para reverter a queda de sua popularidade, que os americanos que combatem no Iraque e no Afeganistão "seguem os passos dos que combateram na Revolução Americana, na Guerra Civil [do século 19] e da Segunda Guerra Mundial".


Com agências internacionais


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