|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
À BEIRA DA FALÊNCIA
Ogata diz não ter dinheiro
das agências internacionais
O Acnur (agência das Nações
Unidas para refugiados) está à
beira da falência devido às operações em Kosovo, disse sua
mais alta autoridade, a japonesa
Sadako Ogata.
Incumbida de levar de volta
para Kosovo os cerca de 1 milhão de refugiados na região, a
agência afirma ter dinheiro para
continuar as operações por mais
duas semanas.
Dos US$ 234 milhões necessários para continuar as operações
até o final do ano, apenas US$
155 milhões foram recebidos,
afirmou o enviado especial do
Acnur para Kosovo Dennis
McNamara.
"Nós simplesmente não estamos recebendo dinheiro suficiente dos governos doadores
para viabilizar nossas ações",
disse McNamara.
"Estamos gastando US$ 10 milhões por semana e temos US$
20 milhões disponíveis. Mas, se
você pegar o dinheiro já comprometido, nós provavelmente
teremos US$ 2 milhões em dinheiro, o que é nada."
Cerca de 233 mil refugiados
ainda estão na Albânia, na Macedônia e em Montenegro esperando ajuda para o retorno.
Ogata começará uma viagem
de dois dias à Província na segunda-feira. Será a primeira depois de o Acnur assumir as operações de retorno dos kosovares, em 13 de junho.
Ela acompanhará um comboio de refugiados que retornarão da Macedônia para Pristina.
A alta comissária advertiu que
uma nova onda de refugiados
possivelmente abandonará a
Província. Cerca de 70 mil sérvios já teriam saído de Kosovo
com medo de represálias dos albaneses que voltam.
"Temos de admitir que há violência contra os kosovares de
origem sérvia que habitam a região", reconheceu McNamara.
Líderes kosovares sérvios e albaneses se encontraram ontem
para discutir maneiras de acabar com a violência entre as etnias. Pelo lado sérvio estavam
políticos de oposição ao presidente Milosevic e representantes da Igreja Ortodoxa, liderados pelo arcebispo Artemije. Pelo lado albanês, representantes
do governo provisório montado
pela guerrilha do ELK.
Eles fizeram uma declaração
conjunta, depois de sete horas
de negociações, pedindo paz.
Texto Anterior: Ameaça no chão: Desarme de minas é desafio em Kosovo Próximo Texto: ONU substitui Vieira de Mello Índice
|