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Iniciativa iraquiana é recebida com ceticismo
DA REDAÇÃO
Os EUA foram céticos ao comentar o convite do Iraque para
que a ONU envie o seu inspetor-chefe de armas a Bagdá. Para
Washington, a iniciativa pode ser
apenas uma manobra para ganhar tempo e evitar uma ação militar próxima contra o país.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Sean McCormack, disse que, de qualquer modo, os americanos vão manter a
sua diretriz de que o ditador iraquiano, Saddam Hussein, precisa
ser derrubado. Para a Casa Branca, o fim do regime ditatorial de
Saddam e a volta da inspeção de
armas são assuntos distintos.
"Nossa política continua a mesma. Tem sido a mesma desde
1995. Todo mundo entende a natureza de Saddam Hussein e de
seu regime", disse McCormack.
O secretário-geral das Nações
Unidas, Kofi Annan, disse que o
convite é bem-vindo, mas apontou que o cronograma proposto
pelo Iraque é conflitante com o do
Conselho de Segurança. Ou seja,
se aceito, serviria realmente para
postergar a agenda prevista pela
ONU para o seguimento do caso.
Na quinta-feira, o chanceler iraquiano, Naji Sabri, disse que seu
governo desejava a ida ao país do
inspetor-chefe de armas da ONU,
Hans Blix, para discutir o retorno
das inspeções internacionais. As
inspeções estão suspensas desde
dezembro de 1998, quando a missão internacional deixou o Iraque
protestando contra a falta de colaboração do regime de Saddam.
Vários diplomatas do Conselho
de Segurança -que têm 15 países-membros- almoçaram com
Blix para discutir o que fazer.
O Reino Unido -que, com
Rússia, China, França e EUA, é
membro permanente do Conselho de Segurança e tem poder de
veto- também foi cético. "Saddam tem um longo histórico de
joguinhos e enganações", disse
um porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores britânico.
Já a Rússia, que se apresenta como uma determinada oponente
da ação militar contra o Iraque,
disse que a iniciativa iraquiana era
positiva e deveria ser aceita.
Discussão desnecessária
O porta-voz McCormack acrescentou que, para os EUA, as discussões propostas por Bagdá são
desnecessárias.
"Não há necessidade de discutir. Saddam Hussein precisa assumir os termos do acordo assinado
em 1991 [que previa o fim de todos os programas de armas do
Iraque"", afirmou.
"Deve ser um diálogo bem curto. Saddam Hussein tem apenas
que dizer: "Sim, aceito a volta das
inspeções a qualquer hora e em
qualquer lugar"."
As sanções impostas pelas Nações Unidas em 1990, logo depois
de o Iraque ter invadido o Kuait,
só podem ser levantadas se os inspetores internacionais voltarem
ao trabalho.
Uma resolução de 1999 do Conselho de Segurança manda o Iraque aceitar a volta dos inspetores
e dá a eles 60 dias para fazer um
relatório com as dúvidas a serem
respondidas por Bagdá.
Com agências internacionais
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