São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2011

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EUA evitam moratória, mas mercados mantêm tensão

Senado aprova pacote de cortes, sancionado pelo presidente Barack Obama

Bolsas fecham em baixa, no entanto, com a preocupação sobre a força das economias de EUA e países europeus

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A sanção de um esperado, mas criticado, pacote fiscal pelo presidente dos EUA, Barack Obama, não pôs fim ontem à tensão nos mercados e nas agências de avaliação de risco, que temem ver a economia do país refugar.
O pacote, que evita a moratória com o corte imediato de US$ 1 trilhão e a elevação do teto da dívida pública, foi aprovado pelo Senado.
Bolsas caíram pelo mundo. No Brasil, a Bovespa perdeu 2,09% e fechou no menor nível desde setembro de 2009. O temor de investidores levou o dólar a ser cotado a R$ 1,567 -alta de 0,25%.
Para piorar, o cenário de crise na Europa e de risco de superaquecimento nos emergentes não oferece alívio à economia global, mal saída da crise de 2008.
"Embora o acordo seja um passo na direção correta, os EUA, assim como boa parte da Europa, devem encarar as difíceis decisões sobre impostos e gastos à luz de um ambiente econômico frágil se quiserem reduzir a dívida e deficit a níveis seguros no médio prazo", diz a agência Fitch de avaliação de risco.
O fraco desempenho do comércio americano em junho (queda de 0,2% sobre maio) aumentou a tensão.
Outra agência, a Moody's, mudou ontem sua perspectiva de avaliação da nota americana para "negativa". A Standard&Poor's já havia posto a nota em perspectiva de rebaixamento.
As agências de risco, analistas e a Casa Branca haviam alertado que, para a dívida voltar a um nível manejável, o corte teria de ser de US$ 4 trilhões. Hoje, os EUA devem US$ 14,3 tri. Com o teto extra necessário, serão US$ 15,2 tri.
Foi o próprio Obama que resumiu a sensação do mercado, ao discursar ontem sobre desemprego, mal maior. "Reduzir o deficit é só uma parte da agenda. Não é assim que vamos superar essa recessão. Temos de fazer mais."
A incerteza na segunda maior economia do mundo, que se soma à da Europa, levou os investidores a se refugiar na segurança do ouro -que atingiu ontem sua cotação recorde, US$ 1.641 a onça (28,35 gramas). O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 2,26%.
Do outro lado do Atlântico, as principais Bolsas também fecharam em baixa.
A Europa vive sua própria crise, o que levou ontem a aumento do custo sobre papéis espanhois e italianos.

Colaborou LUCIANA COELHO , de Washington


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