Ataque, o primeiro contra a força desde posse de presidente, é atribuído às Farc

DO RIO
DE SÃO PAULO

Uma emboscada atribuída às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) deixou 14 policiais mortos no departamento (Estado) de Caquetá, sul do país.
O ataque ocorreu na noite de anteontem contra uma patrulha da Polícia Nacional em uma região rural. Segundo o governador de Caquetá, Edilberto Ramón Endo, um artefato explodiu na estrada e destruiu o veículo policial.
O local do ataque é uma das regiões onde as Farc resistem à ofensiva do Exército colombiano e mantêm considerável presença.
Trata-se do primeiro atentado contra a força pública desde o início do governo do presidente Juan Manuel Santos, em 7 de agosto.

VISITA
A busca de maior equilíbrio na relação econômica entre Colômbia e Brasil marcou a visita de Santos, encerrada ontem.
Em São Paulo, ele se reuniu com os candidatos à presidência José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).
Também fechou parceria com o Estado na área de etanol e almoçou com empresários paulistas, com os quais tratou de acordos nas áreas industrial e de tecnologia.
Santos busca maior abertura do mercado brasileiro aos produtos colombianos e a incorporação das empresas de seu país à cadeia de produção das companhias nacionais. Em suma, uma demonstração de que não haverá "imperialismo econômico" do Brasil.
Isso ficou claro no memorando de intenções firmado anteontem entre os Ministérios da Defesa dos países.
Pelo documento, o governo colombiano negocia a compra de 12 aviões de transporte KC-390, em desenvolvimento pela Embraer.
Mas condiciona a aquisição à participação da Colômbia no projeto, com a transferência de tecnologia brasileira para a instalação de uma fábrica de peças para a indústria aeronáutica.
Segundo o ministro da Defesa colombiano, Rodrigo Rivera, a Colômbia deverá ser responsável por construir a cabine da aeronave.
O objetivo do projeto -do qual também participam Chile, Portugal e África do Sul- é que o KC-390 substitua até 2016 o Hércules C-130, avião de transporte de carga.
Rivera disse que negocia com o Brasil a participação no desenvolvimento e fabricação da lancha Patrulheira Fluvial Amazônica, projetada para uso militar em rios amazônicos pelo estaleiro colombiano Cotecmar.
Santos também quer apressar a exportação ao Brasil de carvão mineral para siderurgia, objetivo da Colômbia há pelo menos 20 anos. Em entrevista ao "Valor", ele mencionou a possibilidade de obras conjuntas para que o negócio se concretize.

Com agências de notícias

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