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ELEIÇÕES NOS EUA/DANOS DE COMBATE
Erosão do apoio à guerra favorece a oposição democrata
A cinco dias da votação, 52% dos eleitores mostram preferência pelos democratas e 33%, pelos republicanos, segundo o "Times"
Levantamentos apontam ainda que apoio à política de Bush no Iraque é o mais baixo em todo o mandato e é tema central da campanha
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
A cinco dias das eleições legislativas nos EUA, pesquisa
encomendada pelo jornal "New
York Times" em parceria com a
rede CBS revela larga vantagem
do Partido Democrata sobre o
Republicano. Embora não revele dados específicos por Estado, nem sobre a disputa para a
Câmara e para o Senado, o "Times" indica que 52% do eleitorado votará em democratas,
contra 33% em republicanos.
O resultado é semelhante ao
cenário divulgado na véspera
por pesquisa do "Wall Street
Journal" com a rede NBC: 52%
para os democratas e 37% para
os republicanos.
O levantamento aponta o peso da Guerra do Iraque como
tema principal da campanha.
Apenas 29% dos eleitores americanos aprovam a política de
George W. Bush para o país. O
resultado é o pior em três anos
e sete meses de conflito.
A maioria dos entrevistados
espera que os democratas reduzam o contingente no Iraque, caso consigam o controle
do Congresso na próxima terça.
Já uma vitória republicana,
crêem os eleitores, implicaria
no aumento das tropas.
Segundo o "Times", 50% dos
eleitores independentes, os
mais disputados, revelaram intenção de voto nos candidatos
democratas, contra 23% para
os partidários de Bush. Nos
EUA, onde o voto não é obrigatório, ao se registra para votar o
eleitor se declara republicano,
democrata ou independente.
Embora diga ver mudanças
com uma vitória democrata, os
entrevistados afirmam que nenhum dos partidos tem plano
de governo. Os entrevistados
dizem acreditar que os democratas vão aumentar o salário
mínimo, reduzir preço de remédios, conter a inflação e elevar a carga tributária -o aumento dos impostos é a principal munição dos republicanos
contra os adversários.
Quanto à guerra ao terror
empreendida por Bush, eleitores dizem que o risco de ataque
é maior sob os republicanos.
Popularidade
A aprovação pessoal do presidente se manteve em 34%, estável em relação a última pesquisa, de três semanas atrás. O
índice está nove pontos percentuais abaixo daquele de Bill
Clinton em outubro de 1994,
quando os republicanos surpreenderam os democratas
com a maioria da Câmara, e 28
pontos abaixo da aprovação de
Bush às vésperas das eleições
legislativas de 2002.
Num ano pautado por escândalos nos EUA, 58% dos eleitores dizem ver corrupção em
Washington, e 35% apontam os
republicanos como os mais corruptos, contra 15% para os democratas.
Segundo o perfil do eleitorado, os democratas saem em
vantagem em todos os extratos:
são os preferidos entre brancos, negros, hispânicos, ricos,
pobres, evangélicos, católicos,
homens, mulheres, e em todas
as regiões do país.
Na tentativa de evitar a perda
de maioria no Congresso, líderes republicanos se aproveitam
de um tropeço do senador democrata e ex-adversário de
Bush na corrida presidencial de
2004, John Kerry. O ex-candidato disse nesta semana a um
grupo de alunos que estudassem muito caso não quisessem
ficar "atolados no Iraque".
Preocupados com um possível impacto negativo da declaração, membros do partido democrata sugeriram anteontem
a Kerry que pedisse desculpas e
se ausentasse da campanha. As
pesquisas do "Times" e do
"Journal" foram realizadas antes das declarações de Kerry.
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