São Paulo, terça-feira, 03 de novembro de 2009

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AIEA cobra rapidez em resposta do Irã a potências nucleares

Secretário-geral da agência pede medidas para incrementar a confiança em programa que Ocidente suspeita visar a bomba

Em "resposta inicial" dada na última quinta, Teerã indicou rejeitar teor da proposta de EUA, França e Rússia; AIEA refuta, porém, mais sanções

DA REDAÇÃO

O secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, exortou ontem o Irã a oficializar em breve a resposta à proposta de acordo nuclear de EUA, França e Rússia apresentada no último 21 de outubro.
Na semana passada, Teerã apresentou "resposta inicial" ao pacto oferecido pelas potências. A contraproposta, porém, não foi confirmada como oficial nem pelo Irã nem pelos interlocutores na negociação nuclear.
No último pronunciamento à Assembleia Geral da ONU depois de 12 anos no cargo -dará lugar ao japonês Yukiya Amano-, El Baradei disse ainda haver "questões e alegações relevantes" sobre o programa nuclear iraniano e cobrou do país medidas em prol do incremento da confiança internacional.
O Ocidente suspeita de que o enriquecimento de urânio promovido pelo Irã vise a bomba atômica. Teerã, porém, nega.
El Baradei criticou também as crescentes pressões por uma quarta rodada de sanções contra o país caso as atuais negociações não cheguem a bom termo, pois "muito frequentemente prejudicam inocentes".
No centro do atual impasse nas negociações nucleares está a proposta das potências de que 70% do urânio pouco enriquecido do Irã seja enviado ao exterior para um maior processamento e a posterior devolução para pesquisas e uso medicinal.
Os sinais emitidos na semana passada pelo Irã, contudo, indicaram contrariedade com essa opção. De acordo com diplomatas ocidentais, o país só aceita despachar seu urânio em etapas e com a condição de receber antes, e não depois, do exterior o elemento enriquecido. O Irã tenta estender as negociações.
Para negociadores, a contraproposta é "inaceitável". Ontem, a chanceler dos EUA, Hillary Clinton, disse que o Irã vive "momento-chave" e o exortou a aceitar o pacto nos atuais termos. "Não iremos alterá-lo."


Com agências internacionais


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