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O IMPÉRIO VOTA
"Demonizada", Wall Street torce por derrota democrata
Insatisfeito por ser culpado pelo presidente pela crise, mercado financeiro seca as doações ao partido de Obama
Há também reclamação por "regulação em excesso'; ações sobem antecipando o revés do presidente americano
Jewel Sama/France Presse
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Mulher utiliza urna eletrônica na eleição de meio demandato em Silver Spring, Maryland
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Em Wall Street, região
"culpada" pelo governo do
presidente Barack Obama
pela crise financeira que estourou em 2008, uma vitória
republicana no Congresso
será bem-vinda.
A torcida do mercado financeiro contra os democratas tem duas razões: a retórica do governo, vista como
"demonizadora" de Wall
Street, e os esforços regulatórios dos últimos dois anos.
Obama é visto por muitos
como alguém "antinegócios". Um investidor que não
quis se identificar disse à Folha que os EUA não querem
ser um país socialista.
Ontem, as ruas esvaziadas
de Wall Street não davam sinais de que era eleição.
Mesmo com um local de
votação instalado em um
prédio residencial a uma
quadra da Bolsa de Nova
York, não se viam grupos debatendo ou panfletos sendo
distribuídos.
As ações, em compensação, fecharam em alta, em
antecipação a uma possível
vitória republicana.
Segundo a agência Reuters, um resultado negativo
para Obama deve encorajar
os mercados e ajudar a estimular o apetite pelo risco.
"Wall Street não gosta
muito das políticas implementadas por Obama. Minha impressão é a de que esse tipo de mudança será
bem-vinda pelos mercados",
afirmou à Folha David Resler, economista-chefe do
banco de investimento Nomura Securities.
Para Resler, há "considerável decepção com as políticas e com a retórica direcionada por Obama à comunidade financeira".
SECA DE DOAÇÕES
Jean Ergas, consultor de
macroeconomia do GC
Group Capital, baseado em
Wall Street, afirmou que "está claro que muitos no mercado querem despertar o governo para o fato de que nem toda a comunidade financeira
é responsável pela crise".
Ergas lembra que "existe
apoio aos democratas" em
Wall Street, mas ressalva que
"muitos querem uma vitória
republicana na Câmara dos
Representantes [deputados]
para bloquear novas propostas vistas como empecilho à
competitividade".
Se em 2008 parte de Wall
Street apoiou Obama com
doações significativas, neste
ano as campanhas democratas se viram distantes do dinheiro dos investidores.
Segundo o grupo Center
for Responsive Politics, em
setembro, 71% das doações
foram para o partido de oposição, contra 44% no mesmo
período do ano passado.
De acordo com o "New
York Times", "analistas e lobistas dizem que um Congresso controlado pelos republicanos pode estar menos
inclinado a investigar práticas da indústria ou realizar
audiências que possam constranger o mercado".
A dificuldade para aprovar
leis em um governo dividido
é vista como um "respiro" do
que é tido por investidores
como excesso de regulação.
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