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LESTE EUROPEU
Bush critica ingerência de Moscou na crise da ex-república soviética
Putin resiste a novo pleito na Ucrânia
DA REDAÇÃO
O presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, foi ontem a Moscou
discutir a crise em seu país com
Vladimir Putin. No final do encontro, o presidente russo criticou o desejo da oposição ucraniana de realizar novamente o segundo turno da eleição para definir o sucessor de Kuchma.
"Uma repetição do segundo
turno pode não dar certo", afirmou Putin. "Uma nova eleição
poderia ser feita uma segunda,
quarta, 25ª vez, até que um lado
consiga o resultado que precisa."
A reação de Putin reflete o temor de seu governo de que, se o
candidato oposicionista Viktor
Yushchenko chegar ao poder, a
Ucrânia venha a se afastar da Rússia em direção ao Ocidente.
Em Washington, o presidente
americano, George W. Bush, criticou a posição russa na crise ucraniana, dizendo que pessoas de fora não deveriam se envolver.
"Acho qualquer eleição, se é realizada, deve ser livre de qualquer
influência externa. Essas eleições
devem ser livres e justas."
Yushchenko -que foi declarado perdedor para o candidato de
Kuchma, Viktor Yanukovich, em
eleição cuja lisura foi contestada
por observadores internacionais- criticou a ida do presidente a Moscou. "A fonte do poder
está localizada na Ucrânia: é o povo ucraniano", disse.
Na capital, Kiev, pelo 11º dia seguido após a eleição, dezenas de
milhares de seguidores de Yushchenko foram às ruas para protestar contra as fraudes denunciadas. A Suprema Corte reuniu-se
pelo quarto dia para examinar um
pedido para declarar inválido o
resultado da eleição. O tribunal
deve anunciar sua decisão hoje.
Um dos mediadores internacionais para a crise, o presidente polonês, Aleksander Kwasniewski,
defendeu ontem um novo segundo turno. "Precisamos repetir o
segundo turno com os mesmos
candidatos e darmos aos ucranianos a chance de uma escolha livre.
Se assegurarmos a lisura do processo, teremos certeza da vitória
da democracia."
Kuchma, que, inicialmente,
qualificou os protestos contra o
resultado do pleito como uma
"farsa política", agora está defendendo recomeçar o processo eleitoral da estaca zero. Especula-se
que essa posição faça parte de
uma manobra para trocar Yanukovich por um candidato mais
popular.
Alguns analistas afirmam que o
presidente, caso obtenha sucesso
em sua estratégia, irá apoiar o nome de Serhiy Tyhypko, ex-presidente do Banco Central, que chefiou a campanha de Yanukovich.
Com agências internacionais
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