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ORIENTE MÉDIO
Tradicionais rivais são saída para governo não cair; premiê diz que congelará ações nos territórios palestinos
Sharon recorre a trabalhistas para se salvar
DA REDAÇÃO
Após a derrota no Parlamento e
a saída do Shinui (partido secular) de sua coalizão de governo, o
premiê de Israel, Ariel Sharon, deve se voltar para os tradicionais rivais do Partido Trabalhista para
salvar o seu governo e para conseguir o apoio necessário para o plano de retirada da faixa de Gaza.
Sharon também disse que não
lançará novas ofensivas militares
nos territórios palestinos se a situação permanecer calma.
O Hamas respondeu à declaração de Sharon afirmando que, se
os ataques realmente cessarem, o
grupo poderá decretar trégua.
Os comentários do premiê sobre a inclusão dos trabalhistas
ocorrem um dia depois de ele demitir ministros do Shinui que votaram contra o seu Orçamento de
2005 no Knesset (Parlamento).
O partido não concordou com a
inclusão em sua proposta de Orçamento -que foi derrotada na
sua primeira leitura- da destinação de US$ 64 milhões para grupos judaicos ultra-ortodoxos.
Agora o premiê só tem o apoio
de 40 dos 120 membros do Knesset. Caso Sharon não consiga recompor sua coalizão, será obrigado a dissolver o Parlamento e o
seu governo, convocando novas
eleições. A conseqüência de um
novo pleito seria o congelamento
do plano de retirada de assentamentos judeus da faixa de Gaza.
Os trabalhistas apóiam Sharon
no chamado plano Gaza e poderiam dar o suporte necessário para evitar o fracasso do projeto. Porém o Likud (partido de Sharon)
defende redução de gastos na área
social, entrando em choque com a
plataforma de esquerda do Partido Trabalhista. A inclusão dos
trabalhistas depende também de
uma autorização do Comitê Central do Likud, que em agosto vetou a entrada do partido liderado
pelo ex-premiê Shimon Peres.
Antes disso, Sharon terá que sobreviver a uma moção de desconfiança no Knesset na segunda.
Em declaração ontem, o presidente do Egito, Hosni Mubarak,
afirmou que os palestinos têm
mais chances de conseguir um
acordo de paz enquanto Sharon
estiver no poder em Israel.
Palestinos
Os palestinos também enfrentam uma crise política após o
anúncio da candidatura anteontem do líder preso em Israel Marwan Barghouti para a Presidência
palestina em 9 de janeiro.
Barghouti, que goza elevada popularidade na Cisjordânia, foi criticado por líderes palestinos por
estar provocando um racha dentro do Fatah, o maior partido palestino, que indicou como candidato Mahmoud Abbas. O grupo
terrorista Jihad Islâmico seguiu os
passos do Hamas e anunciou ontem que boicotará o pleito.
Autoridades palestinas anunciaram ontem que dez candidatos
disputarão a eleição presidencial.
Os únicos com chances reais são
Abbas e Barghouti.
A eleição de Barghouti traria
problemas também para Israel. O
líder palestino, um dos principais
comandantes da atual Intifada
(levante contra a ocupação israelense), cumpre pena de prisão
perpétua sob a acusação de envolvimento com terrorismo. Israel o
considera um assassino e insiste
em dizer que não o libertará.
Síria
Sharon disse ontem que poderia
se encontrar com o ditador sírio,
Bashar al Assad, para negociar a
paz. Porém impôs a condição de
que a Síria pare de apoiar grupos
terroristas palestinos. O Hamas e
o Jihad Islâmico têm escritórios
em Damasco, a capital síria.
Assad afirma que somente aceita um diálogo sem precondições.
A Síria reivindica a devolução das
colinas do Golã, ocupadas por Israel na guerra de 1967.
Com agências internacionais
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