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Justiça cassa primeiro-ministro da Tailândia
Decisão extingue três partidos e faz opositores marcarem hora para o término da ocupação dos aeroportos de Bancoc
Itamaraty anuncia saída de 90 brasileiros e diz que há cerca de 40 com viagens previstas para os próximos dias, mas recebe críticas
Vincent Thian/Associated Press
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Manifestantes de oposição comemoram, em aeroporto interditado por eles, a queda do preimiê
DA REDAÇÃO
O premiê da Tailândia, Somchai Wongsawat, foi banido da
vida política do país por cinco
anos, e seu partido, o PPP (Partido do Poder Popular), dissolvido por decisão da Corte
Constitucional ontem. Ele foi
substituído interinamente pelo
milionário da construção civil
Chavarat Charnvirakul, do
mesmo grupo político. Novas
eleições indiretas devem ocorrer na próxima semana.
Com isso, os líderes da opositora APD (Aliança do Povo pela
Democracia) anunciaram o fim
da ocupação dos dois aeroportos de Bancoc, tomados há uma
semana, e da Casa do Governo,
invadida há mais de três meses.
Acusado de comprar votos na
eleição de 2007, Somchai aceitou a decisão. Disse que voltou
a ser um "cidadão comum".
Se acalma a crise, com a perspectiva da retomada do funcionamento dos aeroportos, a dissolução de sua partido e de outras duas siglas governistas não
deve solucionar o problema.
A decisão abrange ao todo
109 pessoas, sendo 31 deputados. Antes mesmo da divulgação do veredicto, eles anunciaram ao "Bangkok Post" que já
se mobilizam para criar outra
legenda. Querem ter candidato
na eleição indireta do novo premiê, proposta para o dia 8.
"Se um governo marionete
retornar ou se o novo governo
não mostrar sinceridade na
busca pelas reformas políticas,
nós voltaremos", ameaçou
Sondhi Limthongkul, líder da
APD, enfatizando que o fim dos
protestos não é incondicional.
"As divisões são tão profundas, que é difícil imaginar seu
fim", disse Giles Ungpakhorn,
analista político da Universidade Chulalongkorn de Bancoc.
Horas antes da reunião dos
nove magistrados, o prédio em
que se reuniriam foi cercado
por manifestantes fiéis ao governo. O julgamento, marcado
por "uma rapidez incomum",
segundo relato do "Bangkok
Post", foi então transferido para outro prédio, por questões
de segurança. A sessão terminou com a leitura da decisão
em rede nacional, acompanhada de solicitação do presidente
do painel judicial, Chat Chonlaworn: "Não importa se estão
satisfeitos ou não com o veredicto, pedimos que o aceitem".
Brasileiros
Se a deposição judicial do
premiê saiu rápido, o mesmo
não deve se verificar com o funcionamento dos aeroportos.
Apesar de líderes da APD terem
falado na liberação imediata
para vôos de carga e até marcado hora para a saída dos terminais -10h (locais) de hoje-, as
autoridades são cautelosas. O
chefe do órgão que comanda os
aeroportos disse que só nesta
tarde irá estimar quando voltarão a funcionar normalmente.
Quando ele fizer seu pronunciamento, 90 brasileiros, dos
cerca de 130 que entraram em
contato com a Embaixada em
Bancoc, já deverão ter saído da
Tailândia. A assessoria de imprensa do Itamaraty informou
que 30 embarcaram ontem e
outros 60 tinham um vôo de
saída previsto para a madrugada de hoje. Disse também que
há cerca de 40 que terão auxílio
para sair nos próximos dias.
Apesar disso, o trabalho foi
alvo de críticas. O engenheiro
Jorge Vinícius Silva Neto, que
viajou à Tailândia a trabalho,
fez parte de uma reunião ontem entre outros brasileiros
"ilhados" em Bancoc e o corpo
diplomático nacional. Reclamou que seu interlocutor tinha
menos informações que a
maioria dos viajantes e nem sequer sabia da dissolução do
PPP. "Sua apresentação foi
"chover no molhado"."
Via assessoria, o Itamaraty
disse que não comentaria a reclamação e ressaltou que há
quatro dias a Embaixada em
Bancoc só se ocupa do auxílio.
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