DA REDAÇÃO

O governo britânico disse ontem que o cancelamento de diversos vôos da British Airways se deveu a informações específicas e advertiu que mais cancelamentos poderão ser necessários para prevenir novos ataques parecidos com o do 11 de Setembro.
O secretário dos Transportes, Alistair Darling, disse que a inteligência britânica recebera informações que corroboram as que os Estados Unidos coletaram.
"A ameaça que nós enfrentamos agora deve durar por muitos anos", disse Darling, em entrevista à rádio BBC. "Estamos lidando com uma ameaça de diferente magnitude."
"Pode haver ocasionalmente, de tempos em tempos, a necessidade de escoltar um determinado vôo. Mas a maioria das pessoas será capaz de voar normalmente", disse ele.
Informações da inteligência levaram ao cancelamento anteontem do vôo 223 da British Airways, de Londres a Washington, pelo segundo dia consecutivo.
Na última quarta-feira, o mesmo vôo fora isolado em Washington e escoltado por caças americanos. Os passageiros foram questionados, mas ninguém foi preso. Ontem, o vôo estava previsto para sair no horário.
Segundo autoridades americanas, um suposto terrorista pretendia embarcar no vôo 223 na última quinta-feira. A informação foi divulgada ontem pela rádio BBC, citando fontes anônimas do serviço de segurança britânico.
A maior companhia aérea americana também cancelou o vôo de ontem de Londres a Riad (Arábia Saudita) e a volta, marcada para hoje, por razões de segurança. O vôo de amanhã ainda não estava confirmado.
Questionado se o governo britânico tinha informações específicas sobre ameaças, Darling disse: "Sim, temos. E os motivos pelos quais diferentes vôos foram cancelados ou tiveram sua segurança reforçada variam de caso a caso".
Além dos vôos britânicos, nos últimos dias dois aviões da Air France foram escoltados quando chegavam a Los Angeles vindos de Paris e outro que ia de Nova York a Paris teve a rota alterada.
Dois vôos destinados a Los Angeles vindos do México também foram cancelados. A medida foi criticada pelo governo mexicano.