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ARTIGO
A guerra pela paz no Oriente Médio
BORIS BER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Mais uma vez, o Oriente Médio mergulha na violência e
atravessa um trágico capítulo
de sua história recente, infelizmente marcada até hoje pela
intolerância e pela sobrevivência de ideias como a da destruição de Israel. Mais de seis décadas depois da decisão da ONU
sobre a Partilha, grupos como o
Hamas ainda defendem o fim
do Estado judeu e fazem a região viver novas explosões de
violência, como o conflito dos
últimos dias.
Lamentavelmente todo este
episódio retarda o processo para a paz na região, o que só pode
ser conseguido mediante o desejo verdadeiro de diálogo entre israelenses e palestinos.
Entretanto, há que reconhecer também o direito do Estado
de Israel de, legitimamente, se
defender de ataques terroristas
da milícia do Hamas. Desde
2005, Israel se retirou de Gaza,
dando autonomia completa à
Autoridade Palestina para que
ali exercesse sua liderança.
O fato é que, a partir de 2006,
essa mesma Autoridade Palestina foi expulsa progressivamente da região, que foi dominada pelo Hamas, definido tanto pela União Europeia como
pelos Estados Unidos como um
grupo terrorista.
Para que o diálogo possa existir entre Israel e o Hamas, três
condições são fundamentais: o
reconhecimento pelo Hamas
do Estado de Israel, o compromisso de dar seguimento a
acordos previamente estabelecidos entre Israel e os palestinos em gestões anteriores e o
final da violência. Em nenhum
desses pontos houve qualquer
sinalização positiva. Muito pelo
contrário, pois o Hamas insiste
num ponto único, a destruição
do Estado de Israel.
Desde 2000, mais de 1.100
pessoas em Israel foram assassinadas pelo terrorismo. A faixa
de Gaza se transformou também, nas mãos do Hamas, numa base para o lançamento de
foguetes e morteiros contra a
população civil israelense.
Apenas em 2008, foram disparados mais de 2.500 projéteis contra cidades do sul de Israel, como Sderot, que vive sob
a ameaça permanente dos ataques terroristas.
As últimas semanas foram
marcadas pelo fato de o Hamas
anunciar o fim do cessar-fogo
que durava seis meses e por disparos frequentes de morteiros
e foguetes contra civis israelenses. As tentativas de diálogo para que isso fosse interrompido
se revelaram absolutamente
infrutíferas. Frente a essa situação, Israel não teria alternativa que não a de defender seus
cidadãos e exigir que seus vizinhos tenham um comportamento de convívio adequado.
Muitos argumentam que
existiriam alternativas não militares para Gaza. De fato, concordamos com isso, desde que
os próprios palestinos que ali
vivem decidam entre querer
um convívio de diálogo e de
mútua aceitação ou se preferem uma postura beligerante e
extremista como a do grupo
terrorista Hamas, que prega a
destruição do Estado judeu.
Desejamos que o diálogo seja
imediatamente restabelecido e
a paz, alcançada. Lamentamos
intensamente que, mais uma
vez, vidas sejam perdidas. Sonhamos com um processo de
paz por meio do qual seja possível garantir um futuro de harmonia e de prosperidade a israelenses e palestinos.
Israel deseja um Oriente Médio marcado pela convivência
harmônica, pelo desenvolvimento e pela democracia, não
pela intolerância e pelo terror.
O governo israelense rejeitou
aceitar passivamente que atitudes que preguem a destruição
de um Estado continuem a ser
responsáveis pelo terrorismo.
Israel, assim como todas as nações, tem o direito de se defender. E sem abrir mão de sua histórica aspiração pela paz.
BORIS BER é presidente da Federação Israelita
do Estado de São Paulo
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