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análise
Depois deste conflito, atenção se voltará ao Irã
ANNE PENKETH
DO INDEPENDENT
O relação de Teerã com o
Hamas pode aumentar o
apoio na opinião pública israelense a um ataque militar
ao Irã, cujo programa nuclear é visto como uma
ameaça "existencial" ao Estado judeu. O assalto a Gaza
reviveu a ideia de que por
trás do conflito no Oriente
Médio está o maior desafio
internacional a Barack Obama neste ano: conter as ambições nucleares do Irã, que
podem mudar o equilíbrio
estratégico [hoje, Israel é o
único país do Oriente Médio
que possui armas nucleares].
A questão é quanto tempo
vai demorar para o Irã produzir urânio enriquecido suficiente para construir uma
arma. Se decidir pela via militar, o Irã ou teria que construir uma usina clandestina
(o que inspetores da ONU
não detectaram) ou expulsar
os inspetores.
Como observa Mark Fitzpatrick, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, "ser capaz de enriquecer urânio não é o mesmo
que ter uma arma".
Segundo estimativas do
Instituto Internacional para
a Ciência e a Segurança, o Irã
já produziu 425 quilos de
urânio com baixo enriquecimento, o suficiente para fazer a metade dos 20 a 25 quilos de urânio com enriquecimento capaz de municiar
uma bomba suja. O Irã poderia produzir o total de 700 a
800 quilos de urânio necessário em meses.
Mesmo que o Irã chegue a
produzir uma arma atômica,
porém, "não há nenhuma garantia de que seus mísseis
são capazes de lançá-la", diz
Paul Ingram, analista britânico independente.
Mas Israel pode avaliar
que seus interesses estratégicos estarão em jogo uma
vez que o Irã passe a ter a capacidade de produzir a bomba, o que representará uma
crise para Obama. Mas mesmo os EUA parecem contemplar a possibilidade de
conviver com um Irã nuclearizado. O jornal israelense
"Haaretz" disse que Obama
ofereceria a Israel um "guarda-chuva" contra a ameaça
de um ataque iraniano,
ameaçando com uma resposta devastadora.
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