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Sanaa combate rebeldes em várias frentes
DA REDAÇÃO
As exigências dos EUA e
das monarquias petroleiras do golfo de reforçar a
luta contra a Al Qaeda aumentam a pressão sobre o
governo do Iêmen, já envolvido em duas frentes de
combate internas.
Nas áridas montanhas
do norte, o Exército enfrenta desde os anos 60 os
Houthi, um clã xiita apoiado por uma rede de lideranças tribais que acusam
o governo de desprezar o
desenvolvimento da região em favor das áreas sunitas -55% da população.
Os Houthi também acusam Sanaa de leniência
com grupos sunitas ultrarradicais apoiados pela vizinha Arábia Saudita.
Há relatos de que o xiita
Irã financia os Houthi para enfraquecer as potências do golfo, em meio a
uma acirrada disputa de
influência na região.
Todas as tentativas de
acordo de paz entre autoridades de Sanaa e rebeldes xiitas fracassaram.
Já na frente sul, os inimigos do governo iemenita formam uma rede mais
opaca e potencialmente
mais perigosa. Após uma
década de confronto, grupos sunitas ultrarradicais
dominam boa parte das
Províncias de Abyan e
Shabwa e se beneficiam,
segundo especialistas, do
apoio do somali Al Shabab.
É nessa parte do território iemenita que a Al Qaeda costurou uma rede de
alianças e montou bases.
A presença física da Al
Qaeda no Iêmen é relativamente nova, apesar de o
país abrigar vários clérigos
extremistas e de ter sofrido ao menos 60 ataques
terroristas desde 1992, entre eles o que matou 17
marinheiros de um destróier dos EUA, em 2000.
Analistas dizem que o
país virou refúgio para
combatentes islâmicos depois que forças americanas fecharam, nos últimos
anos, o cerco contra radicais no Paquistão, no Afeganistão e na África.
Não bastasse a dificuldade de abrir uma nova
frente de combate, o governo iemenita é acusado
pela conservadora população de cumprir uma suposta agenda anti-islã ordenada pelo Ocidente.
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