São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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Sanaa combate rebeldes em várias frentes

DA REDAÇÃO

As exigências dos EUA e das monarquias petroleiras do golfo de reforçar a luta contra a Al Qaeda aumentam a pressão sobre o governo do Iêmen, já envolvido em duas frentes de combate internas.
Nas áridas montanhas do norte, o Exército enfrenta desde os anos 60 os Houthi, um clã xiita apoiado por uma rede de lideranças tribais que acusam o governo de desprezar o desenvolvimento da região em favor das áreas sunitas -55% da população.
Os Houthi também acusam Sanaa de leniência com grupos sunitas ultrarradicais apoiados pela vizinha Arábia Saudita.
Há relatos de que o xiita Irã financia os Houthi para enfraquecer as potências do golfo, em meio a uma acirrada disputa de influência na região.
Todas as tentativas de acordo de paz entre autoridades de Sanaa e rebeldes xiitas fracassaram.
Já na frente sul, os inimigos do governo iemenita formam uma rede mais opaca e potencialmente mais perigosa. Após uma década de confronto, grupos sunitas ultrarradicais dominam boa parte das Províncias de Abyan e Shabwa e se beneficiam, segundo especialistas, do apoio do somali Al Shabab.
É nessa parte do território iemenita que a Al Qaeda costurou uma rede de alianças e montou bases.
A presença física da Al Qaeda no Iêmen é relativamente nova, apesar de o país abrigar vários clérigos extremistas e de ter sofrido ao menos 60 ataques terroristas desde 1992, entre eles o que matou 17 marinheiros de um destróier dos EUA, em 2000.
Analistas dizem que o país virou refúgio para combatentes islâmicos depois que forças americanas fecharam, nos últimos anos, o cerco contra radicais no Paquistão, no Afeganistão e na África.
Não bastasse a dificuldade de abrir uma nova frente de combate, o governo iemenita é acusado pela conservadora população de cumprir uma suposta agenda anti-islã ordenada pelo Ocidente.


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