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ORÇAMENTO
Presidente apresenta sua proposta ao Congresso e prevê déficits recordes para os anos fiscais de 2003 e 2004
Bush quer gastar US$ 380 bi em defesa
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, enviou ontem ao Congresso sua proposta de Orçamento para o próximo ano, de US$ 2,23 trilhões, na qual expande gastos militares e o auxílio a países
em desenvolvimento e corta impostos de investidores, elevando o
déficit a um nível recorde.
Bush propõe gastos com o Pentágono para o próximo ano de
US$ 379,9 bilhões, US$ 15,3 bilhões a mais que em 2003, e um
aumento de US$ 20 bilhões por
ano nos próximos anos, atingindo US$ 483,6 bilhões em 2009.
O presidente pediu no Orçamento mais verbas para tropas de
elite e aviões não tripulados. Além
disso, quer aumentar gastos com
testes de sistemas de defesa antimísseis em US$ 1,5 bilhão, para
US$ 9,1 bilhões, salários de militares, a construção de sete novos
navios militares e dois novos programas de aviões militares.
Destacando o declínio do equilíbrio fiscal do país desde um superávit recorde em 2000, o Orçamento para o ano fiscal de 2004,
que começa em 1º de outubro,
prevê déficits de US$ 304 bilhões
no atual ano fiscal e US$ 307 bilhões em 2004, superando o recorde de 1992, de US$ 290 bilhões.
Nos próximos cinco anos, segundo a Casa Branca, o déficit do
Orçamento deve somar mais de
US$ 1,08 trilhão, contrariando as
previsões do governo em 2001 de
que, nos dez anos seguintes, o superávit somaria US$ 5,6 trilhões.
"Uma recessão e uma guerra sobre a qual não tivemos escolha levaram ao retorno dos déficits", disse Bush. Democratas acusaram Bush de promover cortes irresponsáveis nos impostos, que custariam ao Tesouro cerca de
US$ 1,7 trilhão em 10 anos. Mas
funcionários da Casa Branca culparam a recessão em 2001, os ataques de 11 de setembro nos EUA e
a "guerra ao terrorismo" pelo fato
de o déficit ter sido maior que o
esperado, e insistiram em que o
desequilíbrio é administrável.
Bush, que previu no Orçamento
uma retomada do crescimento
econômico, para 2,9% em 2003 e
3,6% em 2004, classificou os déficits como "pequenos para padrões históricos".
Seu diretor para o Orçamento,
Mitch Daniels, disse que não seria
necessário nenhum "grande truque" para fazer com que o país
voltasse rapidamente ao equilíbrio, mas que o governo estava
concentrado em combater o terrorismo e estimular a economia.
Vistos não em dólares, mas em
proporção com a economia do
país, os déficits estimados no Orçamento de Bush ainda permanecem bem abaixo do recorde de
6% do PIB durante o governo de
Ronald Reagan em 1983.
Ao mesmo tempo em que elevou os gastos com a segurança interna para US$ 41 bilhões, Bush
está pedindo ao Congresso, de
maioria republicana, para cortar
gastos com a maioria dos outros
programas, provocando uma batalha com democratas.
Entre as agências mais afetadas
por cortes, estão as que regulam a
agricultura, o ambiente, a habitação e o desenvolvimento urbano,
o trabalho e a saúde.
Mas democratas e alguns republicanos moderados dizem que
várias das iniciativas mais ambiciosas da proposta de Orçamento
têm pouca chance de serem aprovadas em sua forma atual, particularmente propostas para cortar
impostos sobre os dividendos das
empresas e reformar o sistema de
assistência médica a idosos.
As projeções de déficit não incluem o custo de uma possível
guerra contra o Iraque, que, segundo autoridades, poderia significar outros US$ 61 bilhões.
O Orçamento brasileiro de 2003
é de R$ 266 bilhões, com uma receita de R$ 353 bilhões e, consequentemente, um superávit de R$
87 bilhões. O PIB dos EUA é de
cerca de US$ 10 trilhões. A estimativa para o PIB do Brasil em 2003 é
de R$ 1,5 trilhão.
Com agências internacionais
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