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GOVERNO
"Oposição reconheceu o fracasso da greve"
DA REDAÇÃO
As negociações entre o governo
e a oposição não serão afetadas
pelas declarações do presidente
Hugo Chávez sobre o fim da greve
geral, na avaliação do deputado
chavista Nicolás Maduro, um dos
negociadores do governo na mesa
de diálogo. "O presidente disse
uma realidade", disse ele à Folha,
de Caracas. Para Maduro, com o
fim da greve a oposição está "reconhecendo seu fracasso".
(RW)
Folha - A suspensão da greve é
uma vitória do governo?
Nicolás Maduro - Eles fracassaram. Tentaram uma greve geral
indefinida para derrubar o presidente Chávez, mas não conseguiram nem uma coisa nem a outra.
O país continuou trabalhando
normalmente, salvo a sabotagem
na indústria petroleira, e Chávez
continua no cargo. O que estão fazendo é reconhecer o fracasso.
Folha - As declarações de Chávez
sobre o fim da greve não ameaçam
a possibilidade de diálogo?
Maduro - Seguimos negociando
com a parte da oposição democrática. A maioria da oposição é
golpista, e já demonstrou isso. O
presidente disse uma realidade.
Vivemos uma confrontação de alta intensidade. Se a oposição tivesse conseguido paralisar o país,
teria derrubado o presidente. A
confrontação vai continuar, independentemente de alguma declaração mais dura ou menos dura
por parte do presidente.
Folha - Se a oposição recolher a
quantidade de assinaturas que
pretende, isso não pressionaria o
governo mais que uma greve?
Maduro - Ontem tivemos uma
demonstração do tamanho da
oposição. Não passaram de 400
mil pessoas que foram assinar as
petições em todo o país. Essas são
as cifras reais que eles têm, apesar
de declarar outras coisas. Qualquer proposta eleitoral que faça a
oposição recolhendo assinaturas,
democraticamente, é positiva. No
momento do confronto eleitoral,
conheceremos a verdadeira força
que tem Chávez. Não tenho dúvida de que essa força ainda é majoritária. No momento das eleições,
isso será demonstrado.
Folha - Então o governo aceitaria
essa saída se eles conseguirem as
assinaturas necessárias?
Maduro - Se conseguirem as assinaturas e se elas forem válidas,
aceitamos. Já ganhamos sete eleições seguidas. Não tenho dúvida
de que ganharíamos mais uma.
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