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Obama é desafio maior a McCain, diz pesquisa
Com senador do Illinois, placar é de
49% a 46%; com Hillary, o contrário
Pressionada pela ascensão
do oponente democrata na
véspera da Superterça,
senadora muda discurso
e cita "nova geração"
SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO
(ILLINOIS)
Se as eleições presidenciais
norte-americanas fossem realizadas hoje, o democrata Barack
Obama teria mais condições de
bater o principal rival republicano, John McCain, do que sua
colega de partido Hillary Clinton. Segundo pesquisa divulgada ontem, o senador por Illinois aparece com 49% das intenções de voto quando colocado contra o senador pelo Arizona, com 46%; o cenário é exatamente o inverso com a ex-primeira-dama no quadro.
A pesquisa, feita em conjunto
pelo jornal "Washington Post"
e o departamento de jornalismo da emissora ABC, é a primeira de peso realizada depois
da desistência do terceiro colocado nas primárias do Partido
Democrata, o ex-senador John
Edwards, e após o debate de
quinta-feira, em que Obama e
Hillary discutiram só os dois
pela primeira vez.
É mais um golpe de uma série
recente numa candidatura, a de
Hillary, que até dezembro era
considerada "inevitável". Na
sexta-feira, segundo levantamento do Gallup, o senador por
Illinois encostou pela primeira
vez em sua rival, dando um salto de 11 pontos percentuais em
13 dias. O instituto sugere ainda
que ele será o herdeiro dos votos de Edwards. Na média das
últimas pesquisas, a vantagem
nacional de Hillary sobre Obama caiu para 7 pontos, contra
15 há uma semana.
Superterça
Amanhã, mais de 20 Estados
norte-americanos vão às urnas
escolher os candidatos de seus
partidos, num dia, a Superterça, que pode decidir o candidato da situação à sucessão de
Bush e deixar mais claro quem
lidera a corrida na oposição.
Segundo o mesmo levantamento "Post"/ABC, na corrida
interna do Partido Republicano o veterano senador McCain
disparou na frente, tendo hoje
48% das intenções de voto, ante
24% do segundo colocado, o ex-governador Mitt Romney. Na
média das últimas pesquisas
nacionais, a vantagem de
McCain é de 19 pontos.
A pesquisa "Post"/ABC foi
feita entre 30 de janeiro e 1º de
fevereiro e ouviu 1.249 adultos
nacionalmente, dos quais 674
são eleitores democratas registrados ou declarados, e 449, republicanos. Primeiro, são feitas
perguntas especificamente sobre os candidatos de cada partido para o grupo correspondente, depois os dois universos são
instados a escolher um presidente numa situação hipoteticamente já definida. A margem
de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou menos.
"Barack Obama será o próximo presidente", disse o pastor
Otis Moss 3º durante serviço
religioso na manhã de ontem
em Chicago, na Igreja da Trindade Unida de Cristo, freqüentada por Obama. A folga do senador sobre sua concorrente
no Estado que é seu berço político é de 31 pontos percentuais.
É com os outros Estados que
Hillary se preocupa, lugares em
que ela era a favorita inconteste
até o que analistas estão chamando de virada de Obama
-isso se as pesquisas se confirmarem nas urnas, já que erraram feio duas vezes antes, em
New Hampshire com os democratas e na Flórida com os republicanos. O primeiro reflexo
de que sentiu o golpe foi a mudança de discurso da senadora.
Ela vinha batendo na tecla da
experiência, contra o slogan de
mudança de seu adversário interno. No sábado de manhã,
num comício para 5.000 pessoas em Los Angeles, na Califórnia, ela tomou emprestado
temas que eram a marca registrada de Obama, se referindo à
"nova geração" (os jovens são
parte importante do eleitorado
do senador) e citando Robert F.
Kennedy (1925-1968).
No começo da semana passada, parte importante da tradicional família de políticos democratas, liderada por Ted
Kennedy, decidiu apoiar Barack Obama, num rompimento
quase público com os Clinton.
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