São Paulo, segunda-feira, 04 de fevereiro de 2008

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Obama é desafio maior a McCain, diz pesquisa

Com senador do Illinois, placar é de 49% a 46%; com Hillary, o contrário

Pressionada pela ascensão do oponente democrata na véspera da Superterça, senadora muda discurso e cita "nova geração"

SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO (ILLINOIS)

Se as eleições presidenciais norte-americanas fossem realizadas hoje, o democrata Barack Obama teria mais condições de bater o principal rival republicano, John McCain, do que sua colega de partido Hillary Clinton. Segundo pesquisa divulgada ontem, o senador por Illinois aparece com 49% das intenções de voto quando colocado contra o senador pelo Arizona, com 46%; o cenário é exatamente o inverso com a ex-primeira-dama no quadro.
A pesquisa, feita em conjunto pelo jornal "Washington Post" e o departamento de jornalismo da emissora ABC, é a primeira de peso realizada depois da desistência do terceiro colocado nas primárias do Partido Democrata, o ex-senador John Edwards, e após o debate de quinta-feira, em que Obama e Hillary discutiram só os dois pela primeira vez.
É mais um golpe de uma série recente numa candidatura, a de Hillary, que até dezembro era considerada "inevitável". Na sexta-feira, segundo levantamento do Gallup, o senador por Illinois encostou pela primeira vez em sua rival, dando um salto de 11 pontos percentuais em 13 dias. O instituto sugere ainda que ele será o herdeiro dos votos de Edwards. Na média das últimas pesquisas, a vantagem nacional de Hillary sobre Obama caiu para 7 pontos, contra 15 há uma semana.

Superterça
Amanhã, mais de 20 Estados norte-americanos vão às urnas escolher os candidatos de seus partidos, num dia, a Superterça, que pode decidir o candidato da situação à sucessão de Bush e deixar mais claro quem lidera a corrida na oposição.
Segundo o mesmo levantamento "Post"/ABC, na corrida interna do Partido Republicano o veterano senador McCain disparou na frente, tendo hoje 48% das intenções de voto, ante 24% do segundo colocado, o ex-governador Mitt Romney. Na média das últimas pesquisas nacionais, a vantagem de McCain é de 19 pontos.
A pesquisa "Post"/ABC foi feita entre 30 de janeiro e 1º de fevereiro e ouviu 1.249 adultos nacionalmente, dos quais 674 são eleitores democratas registrados ou declarados, e 449, republicanos. Primeiro, são feitas perguntas especificamente sobre os candidatos de cada partido para o grupo correspondente, depois os dois universos são instados a escolher um presidente numa situação hipoteticamente já definida. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou menos.
"Barack Obama será o próximo presidente", disse o pastor Otis Moss 3º durante serviço religioso na manhã de ontem em Chicago, na Igreja da Trindade Unida de Cristo, freqüentada por Obama. A folga do senador sobre sua concorrente no Estado que é seu berço político é de 31 pontos percentuais.
É com os outros Estados que Hillary se preocupa, lugares em que ela era a favorita inconteste até o que analistas estão chamando de virada de Obama -isso se as pesquisas se confirmarem nas urnas, já que erraram feio duas vezes antes, em New Hampshire com os democratas e na Flórida com os republicanos. O primeiro reflexo de que sentiu o golpe foi a mudança de discurso da senadora.
Ela vinha batendo na tecla da experiência, contra o slogan de mudança de seu adversário interno. No sábado de manhã, num comício para 5.000 pessoas em Los Angeles, na Califórnia, ela tomou emprestado temas que eram a marca registrada de Obama, se referindo à "nova geração" (os jovens são parte importante do eleitorado do senador) e citando Robert F. Kennedy (1925-1968).
No começo da semana passada, parte importante da tradicional família de políticos democratas, liderada por Ted Kennedy, decidiu apoiar Barack Obama, num rompimento quase público com os Clinton.


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