São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

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Ocidente expressa ceticismo com aceno iraniano

DA REDAÇÃO

As potências atômicas que lideram as negociações nucleares com o Irã reagiram ontem com ceticismo ao aceno do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que na véspera indicara a disposição de Teerã em aceitar proposta da ONU para enriquecimento de urânio no exterior.
Nos últimos dias, governos ocidentais vinham dando sinais de que passariam a considerar esgotada a via diplomática e a pressionar por uma nova rodada de sanções contra Teerã.
Para o chanceler da França, Bernard Kouchner, "[os iranianos] estão tentando obter tempo entre nós e perdendo o deles". "Estou surpreso e um pouco pessimista", afirmou, ao lado do colega chinês, Yang Jieche.
França e China integram o P5+1, grupo formado pelos também membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU EUA, Rússia e Reino Unido e pela Alemanha que lidera negociações com o Irã.
Jieche disse considerar "urgente a continuação do diálogo e das negociações". "Queremos consenso o mais rápido possível", disse o chefe da diplomacia da China, usualmente menos inclinada a endurecer com o Irã -assim como a Rússia.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou que, "se o Irã deseja retornar ao plano [da ONU], só temos a comemorar".
A Chancelaria britânica disse ter "sempre apoiado a proposta da AIEA [a Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU]. Se o Irã está agora indicando disposição em aceitá-la, deve deixar isso claro à AIEA".
A Alemanha preferiu cobrar a transformação das palavras em ações e não descartou a aplicação de novas sanções. "Um discurso não significa necessariamente que passos serão tomados", afirmou a chanceler (premiê) Angela Merkel.

EUA
Essa é a posição defendida também pelos EUA. Como já fizera na véspera, um porta-voz do governo afirmou que tudo que o Irã deve fazer é notificar oficialmente à AIEA a intenção.
Também ontem, o Departamento de Estado negou que o governo Barack Obama esteja em negociações com Teerã para a troca de três prisioneiros americanos no Irã por 11 iranianos detidos nos EUA -como havia anunciado Ahmadinejad.
A Casa Branca reagiu ainda ao lançamento de um foguete capaz de colocar um satélite em órbita pelo Irã, alegando tratar-se de um "ato de provocação".

Com agências internacionais



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