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Ocidente expressa ceticismo com aceno iraniano
DA REDAÇÃO
As potências atômicas que lideram as negociações nucleares com o Irã reagiram ontem
com ceticismo ao aceno do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que na véspera indicara a
disposição de Teerã em aceitar
proposta da ONU para enriquecimento de urânio no exterior.
Nos últimos dias, governos
ocidentais vinham dando sinais
de que passariam a considerar
esgotada a via diplomática e a
pressionar por uma nova rodada de sanções contra Teerã.
Para o chanceler da França,
Bernard Kouchner, "[os iranianos] estão tentando obter tempo entre nós e perdendo o deles". "Estou surpreso e um pouco pessimista", afirmou, ao lado
do colega chinês, Yang Jieche.
França e China integram o
P5+1, grupo formado pelos
também membros permanentes do Conselho de Segurança
da ONU EUA, Rússia e Reino
Unido e pela Alemanha que lidera negociações com o Irã.
Jieche disse considerar "urgente a continuação do diálogo
e das negociações". "Queremos
consenso o mais rápido possível", disse o chefe da diplomacia da China, usualmente menos inclinada a endurecer com
o Irã -assim como a Rússia.
O chanceler russo, Serguei
Lavrov, afirmou que, "se o Irã
deseja retornar ao plano [da
ONU], só temos a comemorar".
A Chancelaria britânica disse
ter "sempre apoiado a proposta
da AIEA [a Agência Internacional de Energia Atômica, ligada
à ONU]. Se o Irã está agora indicando disposição em aceitá-la,
deve deixar isso claro à AIEA".
A Alemanha preferiu cobrar
a transformação das palavras
em ações e não descartou a
aplicação de novas sanções.
"Um discurso não significa necessariamente que passos serão tomados", afirmou a chanceler (premiê) Angela Merkel.
EUA
Essa é a posição defendida
também pelos EUA. Como já fizera na véspera, um porta-voz
do governo afirmou que tudo
que o Irã deve fazer é notificar
oficialmente à AIEA a intenção.
Também ontem, o Departamento de Estado negou que o
governo Barack Obama esteja
em negociações com Teerã para a troca de três prisioneiros
americanos no Irã por 11 iranianos detidos nos EUA -como
havia anunciado Ahmadinejad.
A Casa Branca reagiu ainda
ao lançamento de um foguete
capaz de colocar um satélite em
órbita pelo Irã, alegando tratar-se de um "ato de provocação".
Com agências internacionais
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