São Paulo, quarta-feira, 04 de março de 2009

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Hillary anuncia envio de emissários para a Síria

Decisão começa a reverter isolamento de Damasco

Jim Hollander/Efe
Hillary Clinton (esq.) e Tzipi Livni dão entrevista em Jerusalém

DA REDAÇÃO

Em um sinal de distensão nas relações entre Síria e EUA, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou ontem em Israel que o governo de Barack Obama mandará dois emissários para negociações em Damasco.
"Avaliamos quais são, e se há, áreas de cooperação e diálogo produtivas. Isso inclui a Síria", disse Hillary. O representante de sua pasta é Jeffrey Feltman, enquanto Dan Shapiro viajará em nome da Casa Branca.
O governo Obama revê a política americana em relação à Síria. Isso inclui avaliar a possibilidade de mandar novamente um embaixador para Damasco, o que os EUA não têm desde fevereiro de 2005, quando um atentado em Beirute matou o ex-premiê libanês Rafik Hariri.
EUA, França e outros países ocidentais apontaram responsabilidade de Damasco na morte. Mas o governo da Síria -que integra a lista americana de países patrocinadores do terrorismo, ao lado de Sudão, Irã e Cuba- nega participação.
No mês passado, em entrevista ao jornal britânico "Guardian", Bashar Assad, ditador sírio, mostrou interesse em receber novamente um embaixador americano em Damasco.
Ao lado da chanceler israelense Tzipi Livni, Hillary evitou fazer prognósticos sobre o caso. "Não há como prever o futuro de nossa relação com a Síria."
A reaproximação de seu maior aliado (responsável por auxílio na monta de US$ 2,55 bilhões neste ano) com Damasco pode abrir caminho para Israel retomar negociações com a Síria. Até a ofensiva sobre a faixa de Gaza encerrada em janeiro, os países negociavam com mediação turca a devolução à Síria das colinas de Golã, anexadas por Israel em 1967.
Contudo, as propostas diplomáticas para o Oriente Médio do novo governo americano também geram preocupação nos israelenses. O linha-dura Binyamin Netanyahu, incumbido de formar o novo governo em Israel, também esteve reunido com Hillary. Ele pediu ontem que os EUA estipulem "um limite de tempo" à iniciativa de dialogar com o Irã para frear seu programa nuclear e defendeu "soluções criativas" em busca da paz na região.

Com agências internacionais


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