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Obama insta Congresso a votar reforma da saúde sem delongas
Governo deve usar artifício para aprovar projeto sem precisar de supermaioria
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
A poucos dias de completar
um ano desde que tornou público seu projeto de reforma da
saúde, o presidente dos EUA,
Barack Obama, fez ontem um
discurso em que encorajou o
Congresso a deixar de lado as
diferenças partidárias e aprovar a legislação.
O discurso de Obama na Casa
Branca foi feito para uma plateia de profissionais de saúde.
O presidente disse que o Congresso deve ao povo a votação
do projeto. "O povo americano
quer saber se ainda é possível
Washington velar pelos seus
interesses e pelo seu futuro."
O esforço de Obama para
aprovar a legislação deve continuar na próxima semana,
quando ele fará discursos na
Pensilvânia e no Missouri.
O presidente aproveitou para
dizer que não aceitará o argumento dos republicanos de que
é necessário reiniciar as discussões, mas sinalizou estar disposto a aceitar algumas ideias
do partido. Em carta a líderes
do Congresso anteontem, Obama disse que aceitaria quatro
pontos defendidos pela oposição, como a adoção de cortes de
saúde para avaliar casos de negligência médica.
"Não sei como isso soa politicamente, mas sei que está certo. E eu peço ao Congresso que
termine seu trabalho e espero
tornar essa reforma uma lei."
Sem o apoio dos republicanos, o governo deve lançar mão
do mecanismo da reconciliação
para aprovar a reforma. Trata-se de artifício que agiliza a tramitação e requer só maioria
simples para aprovação. Uma
lei comum pode ter a votação
atrasada por medidas protelatórias se não obtiver 60 votos.
No caso da reforma da saúde,
a vantagem de recorrer ao mecanismo de reconciliação é que
seria possível aprovar a lei mesmo que os republicanos permaneçam unidos na oposição ao
projeto e alguns democratas
votem contra a lei. O problema
é que o mecanismo só vale para
políticas que interferem em
impostos, gastos ou dívidas, ou
seja, na prática parte do projeto
pode ficar de fora.
Obama não citou diretamente o mecanismo, mas disse que
o projeto merece o tipo de votação empregada em projetos
aprovados por maioria simples.
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