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Ataques deixam mais de 30 mortos a 4 dias de eleições no Iraque
Atentado triplo em Baquba é atribuído a insurgentes sunitas que visam boicotar pleito, crucial para conter tensão sectária
Na ação, suicida disfarçado de ferido pela dupla explosão de carros-bombas atacou o hospital para o qual eram levados sobreviventes
DA REDAÇÃO
A quatro dias de eleições parlamentares que testarão a capacidade do Iraque de conter o
ressurgimento de disputas sectárias, um ataque triplo deixou
ontem ao menos 32 mortos no
ex-reduto insurgente de Baquba (60 km ao norte de Bagdá).
A sucessão de explosões teve
início com a detonação de um
carro-bomba ante um escritório do governo local e próximo
a um quartel. Logo em seguida,
um segundo veículo explodiu a
apenas centenas de metros dali, nos arredores da sede do governo da Província de Diyala.
O terceiro e último ataque foi
perpetrado por um suicida que,
vestindo farda militar e fazendo-se passar por um dos feridos, ingressou na ambulância
que acorreu ao local e, ao chegar ao hospital municipal, detonou-se, provocando a maior
parte das mais de 30 mortes.
Momentos depois, a polícia
ainda detonou um quarto veículo carregado de explosivos.
Pelo menos 55 outras pessoas
ficaram feridas nos ataques.
Embora não tenham sido reivindicados por nenhum grupo,
os atentados têm características de ações de insurgentes sunitas. Grupos da minoria étnica
estiveram por trás do pico de
violência sectária que assolou o
país até 2007.
A inclusão dos sunitas -que,
desde a queda de Saddam Hussein, em 2003, sentem-se alijados pelo governo central- ao
rito eleitoral é um dos maiores
objetivos de Bagdá com o pleito
do próximo domingo, o segundo desde a invasão americana.
"Esses ataques pretendem
semear entre as pessoas o temor de comparecer às urnas,
mas tenho certeza de que a população insistirá em votar", disse uma autoridade provincial,
que qualificou os ataques de
"grande falha de segurança".
Segundo o governo iraquiano, mais ataques são esperados
até domingo, mas a ação de ontem não interferirá na eleição.
Bagdá disponibilizou para o
pleito forte dispositivo de segurança, que inclui o fechamento
de fronteiras regionais e nacionais, imposição de toque de recolher desde o sábado à noite e
mobilização de centenas de milhares de forças de segurança.
O pleito no qual o premiê Nuri al Maliki tentará se reeleger
definirá também o governo -e
sua legitimidade aos olhos não
só de sunitas, mas da minoria
curda- durante o crucial momento de retirada das tropas
americanas, o que deverá ocorrer até o final do ano que vem.
O objetivo dos EUA, caso a
segurança não se deteriore, porém, é reduzir a até 50 mil o número de soldados no país já em
agosto. Ontem, o Departamento da Defesa dos EUA reiterou
que, apesar dos ataques a Baquba, só a "piora extraordinária"
da violência fará Washington
rever o cronograma -embora
tenha admitido a possibilidade.
Com agências internacionais
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