São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2011

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Presidente pede fim da violência e diz que ditador "tem de sair"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em seu mais longo pronunciamento sobre a Líbia, o presidente dos EUA, Barack Obama, voltou a pedir a saída imediata do ditador líbio, Muammar Gaddafi, e disse que está preparando opções "militares e não militares" para a resolução da crise.
Obama afirmou também que uma das opções em estudo é a criação de uma zona de exclusão aérea, proibindo voos sobre a Líbia -defendida pelo premiê britânico, David Cameron, entre outros.
Não disse explicitamente, porém, que vai adotar essa medida ou qualquer outro tipo de intervenção militar.
"Os EUA e o mundo continuam indignados pela violência cometida contra o povo líbio. Gaddafi perdeu a legitimidade para comandar e tem de sair", disse o presidente americano após encontro com o do México, Felipe Calderón, na Casa Branca.
Obama declarou ainda que autorizou aviões militares a transportar de volta a seus países de origem refugiados que já tenham deixado a Líbia. Equipes de assistência humanitária, disse ele, serão enviadas à fronteira para "atender às necessidades urgentes" dos líbios.
"Nós vamos continuar a enviar uma mensagem clara: a violência tem de parar."
A proposta da zona de exclusão vinha sendo tratada com cautela por Robert Gates, secretário de Defesa americano. Gates já advertiu que instaurá-la implicaria ataque para destruir as defesas aéreas do ditador líbio.

CORTE INTERNACIONAL
O promotor-chefe do TPI (Tribunal Penal Internacional), o argentino Luis Moreno Ocampo, afirmou que investigará Gaddafi, seus familiares e integrantes do alto escalão da ditadura líbia pelos possíveis crimes cometidos por suas forças de segurança.
Segundo Moreno Ocampo, houve repressão violenta aos manifestantes antigovernistas em conflitos que, segundo estimativas, deixaram no mínimo mil mortos. O TPI, disse ele, identificou pessoas no topo da cadeia de comando do regime líbio cuja responsabilidade será apurada.
"Entre elas estão Gaddafi e seu círculo de poder, incluindo alguns dos seus filhos, que exercem autoridade de fato." O promotor-chefe acrescentou que também serão apurados eventuais crimes cometidos por grupos de oposição na Líbia: "Nós vamos atuar imparcialmente".

HOLANDESES DETIDOS
Forças leais a Muammar Gaddafi capturaram três militares holandeses que realizavam operação secreta de resgate de dois europeus no último domingo, revelou ontem o governo da Holanda.
Segundo o Ministério da Defesa holandês, os oficiais da Marinha foram surpreendidos na cidade de Sirte, terra do ditador e controlada por governistas, e se encontram detidos desde então.
Uma emissora holandesa mostrou imagens da TV estatal da Líbia nas quais os três aparecem. Na transmissão, o canal líbio diz que eles entraram no espaço aéreo do país contra "leis internacionais".
A operação de resgate foi realizada em um helicóptero -também capturado por governistas- que partiu de um navio da Marinha holandesa deslocado para o mar Mediterrâneo no início da crise.
Os dois europeus resgatados, um holandês e outro de nacionalidade não revelada, também foram detidos pelas forças leais a Gaddafi. Estes, no entanto, foram entregues ontem à Embaixada da Holanda e já deixaram o país.
O governo holandês disse ter mantido o caso sob sigilo até ontem para negociar a libertação de seus militares.
Ações de resgate sigilosas na Líbia por parte de países europeus, similares à realizada pela Holanda, já vêm sendo reveladas desde pelo menos o último fim de semana.
Em uma delas, 130 pessoas foram resgatadas por dois aviões militares da Alemanha em localidade não revelada do deserto da Líbia. Em outra, uma operação do mesmo tipo realizada por dois aviões britânicos retirou outras 150 pessoas do país.


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