|
Próximo Texto | Índice
GUERRA SEM LIMITES/ESPANHA
Segundo o governo, mortos são policiais e 3 suspeitos que explodiram artefato; 11 ficam feridos
Cerco policial em Madri deixa 4 mortos
DA REDAÇÃO
Um policial e três suspeitos de
origem árabe morreram e 11 policiais ficaram feridos após forte explosão ocorrida em uma operação em Leganés (região metropolitana de Madri) para prender supostos terroristas que teriam envolvimento nos atentados de 11 de
março na capital espanhola. A informação é do governo espanhol.
A explosão ocorreu por volta
das 21h locais (16h em Brasília),
quando a polícia cercava um edifício de quatro andares onde os
suspeitos, ao menos três, estavam
refugiados. Os explosivos foram
detonados pouco após a polícia
retirar os moradores do edifício.
Em entrevista coletiva no início
da noite, o ministro do Interior,
Angel Acebes, disse que os três
suspeitos "provocaram, com a
ajuda de uma forte carga de explosivos," a detonação que matou
um policial das forças especiais
espanholas e os próprios potenciais terroristas.
"Ao perceberem que havia uma
operação policial, os suspeitos
"começaram a disparar do interior do prédio enquanto entoavam cantos em árabe", disse Acebes. Devido ao estado dos corpos,
mais suspeitos podem ter morrido, segundo o ministro.
"A polícia acredita que alguns
dos três suspeitos façam parte das
pessoas procuradas pelas investigações dos atentados de 11 de
março", declarou Acebes.
A fachada do prédio ficou totalmente destruída pela explosão.
Ao menos outras 40 residências
da vizinhança também foram esvaziadas por precaução.
Segundo o Ministério do Interior, a polícia estava procurando
"diversos" suspeitos em Leganés
numa operação antiterrorista ligada aos atentados do 11 de março que mataram 191 pessoas e feriram mais de 1.800.
Dias tensos
O cerco e a nova explosão de ontem ocorrem um dia depois de
uma bomba ter sido encontrada
sob uma linha de trem de alta velocidade que liga Madri a Sevilha,
uma das mais importantes cidades espanholas e importante destino turístico europeu.
Ontem, a polícia confirmou que
se trata do mesmo tipo de explosivo utilizado nas dez bombas que
explodiram em três estações de
trens de subúrbio madrilenhos.
Mesmo assim, o governo espanhol, do premiê conservador, José María Aznar, evitou atribuir o
artefato encontrado anteontem a
terroristas islâmicos.
Aznar tem agido com cautela
após a desastrada acusação contra o grupo terrorista basco ETA
pelos atentados em Madri. A falsa
acusação foi um dos principais
motivos que levaram à derrota
para os socialistas nas eleições
ocorridas três dias após o ataque.
Além disso, parte da população
espanhola atribui os ataques ao
apoio que Aznar deu aos EUA durante a Guerra do Iraque.
Até agora, as investigações ligam os atentados a extremistas islâmicos inspirados ou ligados à
rede terrorista Al Qaeda, do saudita Osama bin Laden, responsável pelos ataques do 11 de Setembro, nos EUA.
Na última quinta-feira, a Justiça
espanhola atribuiu ao tunisiano
Serhane ben Abdelamakid Farkhet, 35, o planejamento e a coordenação dos atentados em Madri.
Ele está foragido.
Ao menos outros cinco suspeitos, todos marroquinos, também
tiveram o mandado de prisão decretado. Um deles teria participado de uma reunião da Al Qaeda
na Turquia, em 2000. Até agora, a
Espanha já prendeu 19 suspeitos
de participação nos atentados, a
maioria marroquinos.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Explosivo em Toledo era igual ao usado em 11/3 Índice
|