São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006
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IRAQUE SOB TUTELA No segundo dia de sua visita, Rice e Straw alertam que vácuo de poder alimenta a violência sectária Cresce pressão para que xiitas nomeiem novo premiê
DA REDAÇÃO No segundo dia de sua visita-surpresa ao Iraque para exigir a formação urgente de um governo, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o chanceler britânico, Jack Straw, alertaram que o vácuo de poder alimenta a violência sectária e intensificaram a pressão para que os árabes xiitas nomeiem um premiê aceito por árabes sunitas e por curdos no lugar de Ibrahim al Jaafari. A incapacidade de formar um governo e de conter a violência religiosa no país minou a legitimidade de Jaafari até entre os membros de sua facção política, onde árabes xiitas apontam a sua substituição como solução para o impasse. Rice e Straw foram cautelosos, mas deixaram claro que ele não preenche os requisitos para estabilizar o país. Para Rice, o Iraque precisa de "um líder forte, uma força de união". A pressão para negar um segundo mandato a Jaafari teve início quase imediatamente após ele ter recebido a nomeação de sua bancada, a maior do Parlamento, em fevereiro, por apenas um voto. Essa pressão cresceu no fim de semana, quando dois importantes líderes xiitas engrossaram o coro para que Jaafari abra caminho para um nome de consenso. Jaafari, conhecido pela teimosia, tem se recusado a deixar o cargo e tornou-se o principal obstáculo para a formação do governo. O desafio das lideranças xiitas agora é removê-lo sem fazer sua já frágil coalizão desmoronar. Mantida em segredo até o último momento, a visita de Rice e Straw reflete a crescente impaciência dos dois governos que lideraram a invasão do Iraque com a paralisia política que compromete ainda mais o plano de estabilizar o país, mais de três meses após as eleições que formaram o novo Parlamento iraquiano. "O povo iraquiano exige, com razão, ter um governo, depois de ter desafiado bravamente as ameaças terroristas para votar", disse Rice em entrevista na Zona Verde, área fortificada de Bagdá onde governo e diplomatas trabalham. "Os parceiros internacionais, em particular EUA, Reino Unido e outros que têm forças na região e se sacrificaram aqui, têm um profundo desejo e, acredito, o direito de esperar que esse processo vá adiante." A maior crítica a Jaafari é a de que ele foi incapaz de reduzir a tensão entre as comunidades religiosas que criou um ciclo de retaliações violentas e pôs o país à beira da guerra civil. A crise sectária ganhou força após a explosão, no dia 22 de fevereiro, de um importante santuário xiita. Com agências internacionais Texto Anterior: Supremo dá vitória a Bush sobre terror Próximo Texto: Bomba mata 11 em Bagdá; EUA sofrem 9 baixas Índice |
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