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ITÁLIA
Atrás de um terço do eleitorado ainda indeciso, o premiê e seu adversário se atacam no último debate antes da eleição
Berlusconi e Prodi trocam ofensas na TV
DA REDAÇÃO
O candidato socialista italiano
Romano Prodi prometeu ontem
retirar os 2.600 soldados italianos
que estão no Iraque "o mais rápido possível". Essa foi uma das
muitas promessas que marcaram
o último debate entre Prodi e o
primeiro-ministro italiano, Silvio
Berlusconi, antes da eleição dos
próximos dias 9 e 10.
Como as pesquisas dão de 3,5 a
5 pontos percentuais de vantagem a Prodi, o debate foi a grande
oportunidade atrás do voto indeciso, um terço do eleitorado. Houve ataques duros entre os dois.
Prodi disse que Berlusconi se
sustentava em números falsos,
"como um bêbado em um poste".
Berlusconi contra-atacou. "Prodi
é um idiota útil. Empresta sua cara de padre bonzinho à esquerda,
onde 70% são ex-comunistas."
O principal tema do debate foi a
carga de impostos. Prodi anunciou que voltaria a cobrar o imposto sobre heranças, extinto por
Berlusconi. Ele insistiu que o imposto só afetaria os mais ricos,
"que têm milhões de euros".
Já Berlusconi acusou o socialista
de não ter o controle da coligação
de centro-esquerda, que reúne diversos partidos, de ex-democratas-cristãos a comunistas. "Prodi
diz algumas coisas, mas sua tropa
pensa o oposto. Sinto muito, mas
não dá para acreditar nele."
O debate também falou do aumento das penas para crimes cometidos contra crianças. O país
está em comoção pelo assassinato
de um menino de 17 meses, morto
a golpes de pá por seu seqüestrador. "A pena de morte está fora da
nossa cultura e civilização", disse
Prodi. Berlusconi prometeu penas maiores para crimes contra
mulheres e crianças.
Segundo vários especialistas, este debate foi bem mais equilibrado que o primeiro, onde Berlusconi tinha perdido claramente.
No domingo, quem acabou participando da campanha eleitoral
foi o vocalista do grupo de rock
U2, o irlandês Bono, também ativista político na luta contra a pobreza no Terceiro Mundo. Ele reclamou do uso da sua imagem
por Berlusconi em uma brochura
que o partido do premiê enviou a
milhões de italianos.
O texto diz que "o astro irlandês
é grato ao primeiro-ministro pelas ações do governo italiano aos
países pobres". Em carta ao jornal
"Corriere della Sera", publicada
na capa da edição dominical, o
cantor critica o não-cumprimento das promessas de Berlusconi.
"Tragicamente, nos últimos
anos, sob seu governo, a Itália se
tornou a última da classe, entre os
22 países mais ricos do mundo,
em ajuda per capita aos países do
Terceiro Mundo", escreveu.
Com agências internacionais
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