São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006

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Eleitores no Brasil têm até o dia 6 para votar

FÁBIO CHIOSSI
DA REDAÇÃO

A dois dias do prazo máximo para os brasileiros com cidadania italiana entregarem seus votos aos consulados da Itália, os candidatos residentes no exterior encerram suas campanhas para o Parlamento italiano.
O economista Edoardo Pollastri, 72, que concorre ao Senado pela chapa do ex-premiê Romano Prodi, a União, lembra que quem ainda não postou os votos no correio pode depositar o envelope com as cédulas e o certificado de participação no pleito na caixa de coleta do próprio Consulado da Itália em São Paulo.
De posse dos envelopes, as representações diplomáticas têm de enviá-los à Itália, onde serão abertos, e os votos, contados, juntamente com a apuração dos votos do italianos que moram no país. A eleição parlamentar na Itália ocorrerá nos próximos dias 9 e 10.
Esta é a primeira vez em que os cidadãos italianos residentes no exterior podem votar para eleger representantes parlamentares; é também a primeira vez em que é permitido a esses mesmos cidadãos se candidatar tanto ao Senado quanto à Câmara da Itália.
Os italianos residentes no exterior em todo o mundo elegerão 12 deputados e seis senadores. O Brasil está no mesmo colégio eleitoral da América do Sul e de alguns países do Caribe, na área denominada América Meridional.
Pollastri, que diz ter viajado à Argentina, ao Uruguai e ao Chile atrás de votos, afirma que pretende, se eleito senador, brigar pelo incremento das relações comerciais entre a América do Sul e a Itália, além de propor a extensão de benefícios previdenciários aos italianos que residem no exterior.
Sobre a campanha, Pollastri, que nasceu na Itália e há 30 anos mora no Brasil, diz que gastou o máximo permitido pela lei italiana: 50 mil (cerca de R$ 130 mil). O dinheiro, diz, foi angariado junto a amigos, empresários e membros da comunidade italiana.
O valor é aproximadamente o mesmo gasto pelo oftalmologista Aldo Chianello, 52, que concorre também ao Senado, pela coalizão da situação, a Força Itália. O médico, que mora no Rio de Janeiro, diz que gastou cerca de US$ 60 mil, obtidos entre empresas e colegas médicos.
Chianello, que nasceu no Brasil e cujos pais vieram da Itália, preside a Associação Cultural Ítalo-Brasileira. Ele afirma que atendeu ao pedido do partido que hoje governa a Itália para concorrer ao Senado, contando que o trabalho de assistência que coordena por meio de um hospital administrado pela associação está ligado à ideologia da Força Itália, de "livre iniciativa, de liberdade, de amor, da família".
Sobre as recentes declarações do premiê Silvio Berlusconi, que afirmou não querer uma Itália multicultural, o oftalmologista afirma que quem está no poder recebe mais críticas. "O próprio Prodi se posicionou contra o direito de voto aos residentes no exterior quando da discussão da lei", conta.


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