São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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Morrem dois operários no socorro a usina nuclear

Atingidos pelo tsunami em março, eram considerados desaparecidos

Explosões e vazamentos de radiação em usina Fukushima 1 adiaram a localização dos corpos, de acordo com empresa

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Tepco, empresa responsável pela usina nuclear japonesa de Fukushima 1, anunciou ontem a morte de dois operários.
Eles foram atingidos pelo tsunami de 11 de março, mas seus corpos só foram resgatados na última quarta-feira, devido às explosões e vazamentos de radiação.
Segundo a empresa, os trabalhadores desceram a um porão logo após o terremoto de 9 graus de magnitude.
Eles foram ao local para verificar se o tremor havia provocado algum vazamento de radiação.
Quando o complexo de usinas foi atingido pela onda gigante, os trabalhadores acabaram não tendo como escapar.
Segundo a empresa, eles eram considerados desaparecidos, mas a grande quantidade de escombros, as explosões decorrentes do superaquecimento e os vazamentos de radiação impediram o resgate.
Após serem encontrados, os corpos tiveram que passar por um processo de descontaminação da radiação.
"Nos causa dor ter perdido dois jovens trabalhadores que estavam tentando proteger a usina do terremoto e do tsunami", disse em comunicado o presidente da Tepco, Tsunehisa Katsumata.
O anúncio oficial só aconteceu ontem em respeito às famílias das vítimas.

VAZAMENTO
Falharam no fim de semana as duas tentativas de operários japoneses para fechar a última rachadura encontrada na usina Fukushima 1.
A rachadura, de aproximadamente 20 centímetros, havia sido descoberta anteontem em um túnel de manutenção da usina.
Ela vazava água com elevados índices de iodo radioativo diretamente no mar. Engenheiros acreditam ser essa a fonte de radiação que vem contaminado o oceano perto da usina há uma semana.
A radiação se dissipa rapidamente no mar, mas a água contaminada pode ser perigosa se entrar em contato direto com os operários.
Na primeira tentativa de acabar com o vazamento, técnicos despejaram concreto sobre a rachadura, sem obter resultados. Ontem engenheiros colocaram na rachadura uma mistura de serragem, jornal picado e a mesma substância de absorção usada em fraldas.
Eles esperavam que a mistura se expandisse e fechasse o buraco, o que não havia acontecido até a noite de ontem, segundo a empresa.
O governo japonês anunciou ontem que levará meses para conter todos os vazamentos de radiação.
As buscas por corpos terminaram ontem, mas 15.500 pessoas continuam desaparecidas. Até agora, há 12.087 mortos confirmados.


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