São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2011

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O FIM DA CAÇADA

Anonimato cerca equipe que atuou no Paquistão

Sob segredo, unidade militar dos Seals já interveio em guerras e golpes de Estado

Grupo é treinado para ações de sabotagem e assassinatos; nome de quem matou Bin Laden pode não ser revelado

DE SÃO PAULO

O caráter altamente secreto que cerca a unidade da Marinha americana ST6 (sigla em inglês para Time Seis dos Seals) pode fazer com que a identidade do homem que atirou em Osama bin Laden não seja revelada.
O primeiro indício disso é que o prefeito de Virgínia Beach -cidade dos EUA que abriga um quartel dos Seals- tentou organizar uma multidão para dar boas-vindas ao grupo que matou Bin Laden, mas não conseguiu.
Segundo o jornal americano "Washington Post", ele não foi nem capaz de descobrir os nomes dos militares.
Segundo especialistas, o atirador deve ser um homem -mulheres não são aceitas no Seal- com idade entre 26 e 33 anos.
Ele passou pelo treinamento básico da Marinha e depois se submeteu ao teste para entrar no Seal -que inclui ser capaz de correr nove quilômetros e nadar um quilômetro, sem descansar.
Depois, teve dois anos e meio de cursos que incluem paraquedismo, mergulho e detonação de alvos submersos e táticas de guerra irregular. Dos 1.000 candidatos que fazem o curso anualmente, só 200 são aprovados.
No quartel general da coalizão aliada em Cabul, o atirador não precisa usar o uniforme como os outros 100 mil militares. Possivelmente ele é visto de óculos escuros, em roupas ao estilo afegão, talvez até usando barba ou um lenço palestino -embora sempre equipado com armas como as de filme de ação, segundo o jornal "El Pais".
A ST6 é classificada como "altamente secreta" pelo governo dos EUA. Ela opera junto com a CIA e seus integrantes são oficialmente proibidos de comentar sobre sua existência.
A equipe seis é a mais importante das dez unidades dos Seals (sigla em inglês para mar, ar e terra), um grupo de 2.500 militares de elite treinados para missões navais, aéreas e terrestres.

INTERVENÇÕES
A atmosfera de segredo que envolve os Seals se explica por suas missões.
Um ano após sua criação, em 1962, foram enviados ao Vietnã para assassinar autoridades do Exército vietcongue. Em 1983, participaram da invasão americana de Granada, no Caribe, criticada pela ONU por violar diversas leis internacionais.
No Panamá, em 1986, ajudaram a derrubar o ditador Manuel Noriega e em 2001 caçaram talebans pelas montanhas de Tora Bora, no Afeganistão.
Em 2004 teriam ajudado a depor o então presidente do Haiti Jean-Bertrand Aristide -o que levou ao envio ao país da missão de paz da ONU chefiada militarmente pelo Brasil. Eles tiraram o presidente de seu palácio para "protegê-lo" de rebeldes que ameaçavam a capital. Aristide diz até hoje que foi sequestrado.


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