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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Presidente diz no Egito que é preciso considerar a remoção de assentamentos; líderes prometem combater terror

Bush pressiona Israel em reunião com árabes

Larry Downing/Reuters
Bush dá carona em carrinho de golfe ao presidente Mubarak (esq.) e ao príncipe saudita Abdullah (atrás), em Sharm el Sheikh


DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, deu declarações pressionando Israel a "lidar" com a questão dos assentamentos judaicos no encontro com líderes árabes ontem no balneário de Sharm el Sheikh (Egito). Já as lideranças árabes prometeram combater o terrorismo.
As afirmações de Bush foram feitas na véspera de sua reunião com o premiê israelense, Ariel Sharon, e o palestino, Abu Mazen, em Ácaba (Jordânia).
Segundo o presidente americano, Israel precisa considerar a remoção de assentamentos da Cisjordânia para garantir aos palestinos uma "continuidade territorial" onde possa ser criado o futuro Estado palestino. "Israel precisa garantir a continuidade territorial para que os palestinos possam ter sua casa", disse o presidente, que pela primeira vez, desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2001, visita o Oriente Médio.
Bush afirmou que Israel "precisa respeitar os direitos dos palestinos, incluindo o direito de viver com dignidade em uma Palestina pacífica e livre". Segundo Bush, "o terrorismo ameaça o meu país, ameaça os países árabes, ameaça Israel e ameaça o surgimento de um Estado palestino".
Olhando para o premiê palestino, Bush disse: "Você, senhor, tem uma responsabilidade e a assumiu. Eu quero trabalhar com você". Essa foi a primeira vez que Bush e Mazen se encontraram após o premiê assumir o cargo.
No encontro, Bush foi filmado sem perceber pela TV egípcia dando declarações aos líderes árabes. A maior parte delas fazia referências a Deus e a religião.

Árabes
"Nós afirmamos a nossa posição contra a violência e o terrorismo", disse o presidente do Egito, Hosni Mubarak. "Continuaremos lutando contra o terrorismo e rejeitamos a cultura do extremismo violento, em qualquer forma, de qualquer fonte ou lugar, que age como uma praga que ameaça a paz e a estabilidade de todo o mundo", acrescentou.
Mubarak disse ainda que os líderes árabes concordaram em cortar e combater todas as vias de financiamento do terrorismo. A declaração do líder egípcio foi feita em nome das outras lideranças árabes presentes: príncipe Abdullah, governante de fato da Arábia Saudita, rei Abdullah, da Jordânia, o emir Hamad, do Bahrein, e o premiê palestino.
Todos os líderes concordaram com o novo plano de paz para o Oriente Médio, proposto por EUA, União Européia, ONU e Rússia, que prevê a criação de um Estado palestino em 2005.
"Israel deve cumprir as suas responsabilidades para reconstruir a confiança e restaurar a normalidade da vida palestina", acrescentou o presidente do Egito.
"Apoiamos a determinação da Autoridade Nacional Palestina de cumprir as suas responsabilidades para acabar com a violência e para restaurar a lei e a ordem", disse Mubarak, um dos maiores aliados dos EUA na região.

Iraque
O tema Iraque, que também foi debatido no encontro, foi abordado pelo presidente americano. "Temos reafirmado o compromisso dos EUA de ajudar o povo iraquiano a ganhar a paz e a democracia em um país unificado, com fronteiras intactas, livre de armas de destruição em massa e em paz com seus vizinhos e o resto do mundo", disse Bush aos líderes árabes.
Segundo analista, a presença de tropas americanas no Iraque, aliada ao tradicional e firme apoio dos EUA a Israel, aumentaram a desconfiança árabe em relação ao governo de George W. Bush.

Com agências internacionais


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